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•MK•

Bagulho tava como, estourado. Papo reto filho, nunca vi tanta gente no baile igual hoje. A firma ia lucrar demais com isso, já tava vendo dinheiro escorrendo pelas paredes.

Já tava no camarote, pedi um combo de Royal Salute com Red pra chegar logo na mente enquanto bolava um. De longe já avistava umas pra eu chegar dando ideia mais tarde. Comigo tava BH e Neguinho, papo, quando tava nos 3 não tinha quem batia de frente. Eu mermo se fosse outra pessoa não ia pra guerra.

BH tava inquieto, mexia no celular e olhava lá pra baixo a todo instante, enquanto Neguinho já tava com duas no colo. Eu ainda tava suave, começo de baile, não queria emocionar. As melhores chegam no final.

No palco tava Cabelinho de lei, sempre cola aqui na Rocinha e da uma atenção maneira pra comunidade. Parceria vem de anos já.
Baile tava rolando em comemoração de uma missão nossa que foi bem sucedida. Mais de 30 milhões que o carro forte não deu conta de segurar. Agora tinha que ficar quietinho na minha e esperar o próximo momento de abate, bagulho tava um mel, não tinha do que reclamar.

BH: – Casa lotada meu parceiro, do jeito que nós gosta – chegou perto me mostrando a língua e segurando uma lata de red.

MK: Agora só falta você curtir né caralho. Fica nessa porra desse telefone desde quando nos pisou o pé aqui, qual foi?

BH: – Irmão, tu não tem noção da gata que vai chegar no pai hoje, eu mermo se fosse tu não acreditava. Tá chegando aí com a amiga, papo de que nem fico aqui hoje. – Dou risada e bato de leve nas costas dele. BH sempre foi assim, achava uma e já achava que era papo de casar. Puxei um do fino pra começar os trabalhos enquanto o show era finalizado. Pancadão começou e não tinha quem ficava parado, o bagulho era ver daqui de cima a comunidade toda curtindo.

BH: – Ala a gata, já vou mandar subir pra cá – Olhei pra entrada do baile e vi as duas meninas que o BH tanto falava, mas minha atenção ficou total na loira de vestido preto. Meu pai do céu, o que era aquilo? Corpo parecendo um violão, senti meus dedos formigarem de vontade de puxar aquela cintura, e a bunda então nem se fala, rendondinha pô. A mina do BH também não era coisa de se jogar fora, mas a loirinha não tinha quem não olhava.

MK: – Nunca vi elas aqui no morro, são daqui mermo? – Cutuquei Neguinho que tava babando na loira

Neguinho: Pior que são, a loira tô de olho faz tempo, marrenta pra caraca. Filha da dona Luzia ali do salão.

Já tinha ouvido alguma coisa ou outra da filha da dona Luzia, mas não imaginava que a filha dela era desse jeito, se soubesse, papo que já tinha investido faz tempo.

Neguinho: – Tira o olho porra, já falei que tô rondando faz tempo. Não vem ofuscar minha luz não em caralho. – Me deu um tapa na cabeça e logo virei um soco no braço pra parar de ser otário.

MK: – Se liga frango, o que uma mina daquela vai querer com um cigarrão solto igual você?

Neguinho: – É dos magrinhos que elas gostam né pai, cheirosinho e engraçadinho ainda, não tem quem resista nos meus encantos. – Disse passando a mão pela roupa e fazendo cara de sonso, tô nas ideia de pegar esse cara na porrada já tem cota.

BH: – Brigando por mulher caralho, que porra é essa? – Disse cruzando os braços metendo maior marra pra cima de nós – Não sendo pela minha que se matem

Xt veio perguntar pra ele se podia deixar as bonitas subirem e ele logo deu permissão, quando as duas pisaram o pé no camarote, parecia que só tinha elas ali de mulher, papo reto. Atenção total pras duas.

BH: – Eai minha gata, como você tá? – disse puxando a cintura da morena e dando um beijo na bochecha, deixando a loira de lado. Ela já tava com uma cara de poucos amigos e ainda por cima ouvi ela reclamando da bebida. Logo dei um jeito de me amostrar né, peguei um copo de whisky e fui chegando nela, já taria no papo se o otario do Neguinho já não tivesse colado no pé dela. Filho da puta não perde tempo pra nada.

Deixei eles de lado e foquei lá embaixo pra ver se alguma chamava minha atenção, mas tava impossível. A loira tava praticamente do meu lado, o cheiro doce dela exalando pelo camarote todo. Avistei uma ruiva na entrada e já pedi pra chamarem ela aqui pra cima. Não era o que eu queria mas vai servir em algum momento.

Olhei de canto de olho ela dando espaço pro Neguinho chegar nela, meu corpo parecia que tava descontrolado, coisa que nunca tinha acontecido na vida. Minha vontade era de chegar nela, agarrar o pescoço e lascar o beijão na frente de todo mundo. Vi a ruiva subindo e já vindo pra cima de mim, dei espaço pra ela sentar no meu colo e senti o olhar da loira queimando sobre meu corpo, tava estudando cada milímetro, vendo cada tatuagem que cobria meus braços. Não hesitei em olhar de volta não, não vou ter no carnal mas olhar não arranca pedaço né?

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