Oque uma mentira pode causar? Será algo doloroso?
Para Wei Wuxian, apesar de tudo e toda a sua mentira, ela lhe trouxe algo que ele não esperava: Amor e felicidade.
Em um ato bondoso de ajudar um homem após um acidente, que quase levou sua vida, W...
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Em casa. Finalmente.
Essas tinham sido as primeiras palavras que Wuxian falou quando abriu a porta de seu cantinho, havia sido como se um peso tivesse tirado de seus ombros, lhe permitindo respirar com calma, porém, mesmo aliviado, ele ainda estava perturbado, porque sua mente decidiu não lhe dar descanso desde o momento em que ele pisou no chão.
Ele deveria ter feito algo muito errado.
Wuxian tinha dormido tão rápido na noite anterior, o cansaço das noites mal dormidas, lhe tomaram com uma força que ele foi incapaz de resistir, mas ele ainda pôde sentir Lan Wangji beijar sua testa, sua bochecha direita - demoradamente - e a pontinha do seu nariz, depois disso, ele apagou.
Quando acordou, dando de cara com o rosto sereno do homem adormecido, Wuxian sentiu um arrepio ao ver que não sabe-se como, mas ele tinha ido se aconchegar ao outro, dormindo como duas pessoas íntimas. Mas a forma como o Lan abraçava seu corpo, lhe mostrava que ele não estava incomodado - mas Wei Wuxian ficou - , não de uma forma que ele fosse capaz de empurrar o outro, dizer inúmeras coisas, ele só ficou estranho. Foi difícil sair daquele abraço, principalmente quando o homem falou baixinho um - não vai, amor - , o moreno se xingou e saiu mais determinado.
Estar naquele lugar, era como pisar em ovos, ele não sabia como agir, pensar, principalmente porque quando se tratava de Lan Wangji, tudo parecia tão imprevisível. E por poucos dias que passou na presença dele, era como se fossem anos.
Durante o caminho sua cabeça foi tomada pelos pensamentos, e ele ainda pensava. Wuxian sabia que Wangji estaria bem, fora de perigo ou qualquer outra coisa, mas ele ainda estava preocupado, inquieto para saber como ele tinha acordado e uma vontade estava o corroendo, era ligar.
Mas ele não podia.
O jovem sabia que se ligasse, com certeza daria esperança para aquele homem, e ele saiu determinado a fazer com que ele entendesse, que tinha acabado, eles não davam certo - era impossível - , e no fim, só restava para Wei Wuxian, desejar que o outro ficasse bem e o esquecesse.
Um tocar de campainha, assustou o homem sentado no sofá, perdido na própria bolha, ele olhou para o relógio, achando que pudesse ser Quiren. Quando abriu a porta, ele só se jogou sobre o mais velho, abraçando sua cintura fortemente.
— Gegê. — Wuxian cumprimentou baixinho, sentindo um carinho em suas costas e um demorado beijo em sua cabeça. — Você demorou.
Quiren riu, entrou na casa do jovem ainda com ele agarrado a si, e o observou com atenção.
— Não demorei, você só está com um monte de pilhas na cabeça e precisando muito falar, isso lhe impede de raciocinar.
Wuxian fez um bico e cruzou os braços, sentado no sofá, aquele velho conhecia ele como a palma da mão, tanto que até mentir era difícil - mas não é como se Wei fizesse isso com frequência - . Quiren sentou ao lado de Wuxian e esperou que ele contasse, somente com o pouco que observou, era nítido que tal situação havia mexido com aquela criança.
