Capítulo 4 - Logan

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Se em uma vida passada eu cometi algum crime, do tipo que te persegue pelas próximas reencarnações, como dançar pelado na cruz, ou jogar pedra em criança ou xingar padre, eu deveria estar pagando todos estes pecados nesta vida.

De todos os anos, provavelmente, eu estava tendo o melhor dia da minha vida. Não que os outros eram ruins, mas a cacofonia do trabalho, as noites com meus amigos e a irritante da Samantha, ou os jantares loucos na casa dos Lee pareciam um caos infernal e sem controle comparado ao silêncio do chalé do meu amigo.

Ali era calmo, silencioso, sem ninguém chamando por mim, ou me irritando em pequenos acidentes, ou até mesmo com namorados surpresas. Cacete! Até mesmo a viagem havia sido tranquila, coisa que naquela época do ano não era.

Meu dia estava perfeito e harmônico com meu humor. Até aquele momento.

Até aquela maluca chutar a porta do quarto e apontar o dedo para mim.

Até ela me lançar um olhar embasbacado e momentaneamente de desejo que arrepiou os pelos do meu corpo.

Até aquele momento, achei que metade dos meus pecados haviam sido pagos e o segundo round só começaria após o natal.

Eu estava enganado.

— O que caralho você está fazendo aqui, Logan? — ela gritou, me olhando como se a porta pela qual passei fosse um portal do inferno e um demônio saísse de lá.

O demônio era eu, no caso.

Me encostei contra o batente da porta e a encarei, terminando preguiçosamente de secar meu cabelo, olhando no fundo de seus olhos caídos e grandes, escuros como uma noite estrelada, pois eles ainda brilhavam raivosos na minha direção.

— A melhor pergunta, Samantha, é o que você está fazendo aqui?

Seus olhos faíscaram na minha direção assim que a pergunta deixou os meus lábios. Nervosa, ela trocou o peso do corpo de um pé para o outro, entreabriu e fechou a boca pequena e carnuda seguidas vezes antes de marchar na minha direção.

— Esse chalé é do meu irmão. Tenho passe livre para ir e ir a hora que quiser! — ela disse, enfiando a unha rosa contra o meu peito e apontando para mim como se eu fosse um intruso. — O que caralho que quero saber é o que você está fazendo aqui, quando Adam me emprestou o chalé para passar o natal sozinha?

Franzi o cenho, incomodado.

— Engraçado você dizer isso. — Peguei seu dedo com delicadeza e continuei a falar, com a voz calma: — Pois Adam me emprestou o chalé para passar o natal também. Eu pedi isso há um mês.

— Não! — Ela ofegou, cobrindo a boca com as mãos. — Mentiroso!

— Eu nunca minto.

— Adam nunca faria isso!

— Quando você pediu o chalé? — perguntei, agora curioso.

— Isso é da sua conta?

— É, quando nós dois estamos aqui e Adam emprestou o chalé para os dois.

— Meu irmão nunca nos colocaria juntos em um chalé sozinhos. Ele sabe que nós tentaríamos nos matar em menos de vinte e quatro horas — tentou argumentar, mas aparentemente Samantha era inocente demais para perceber o óbvio.

Nós dois estávamos ali. Quando pedi o chalé, em uma medida desesperada de fugir para um lugar em que ninguém saberia onde eu estaria, exceto meus melhores amigos, Adam disse que não estava planejando viajar para Aspen, já que estava com tudo planejado para ir para Seoul a negócios e aproveitar a oportunidade para conhecer o irmão de Hyeon. Além do pequeno detalhe em que ele iria pedi-la em casamento.

Presa Com Um CEO no Natal - Irmãos Lee #2Where stories live. Discover now