Capítulo 9 - Samantha

34 10 5
                                    



Sem sinal.

O cacete do celular continuava sem sinal, como uma pirraça, ou castigo divino. Eu ainda não tinha decidido qual. Mas eu definitivamente estava ilhada, sem contato com meus pais e irmãos, sem saber das minhas únicas queridas amigas...

Sem saber quando a porcaria da tempestade iria acabar, para que eu pudesse ao menos dar uma volta por Aspen. Antes que ficasse louca ali com Logan.

O resto do dia anterior foi mais tranquilo do que imaginei, depois da cena que ele causou ao me arrastar para fora da cafeteria, emburrado, Logan aceitou meu pedido de ajuda para comprar alguns novos enfeites para a árvore – velha, mas ainda intacta – que Adam guardava na dispensa do chalé. Calado, Logan arrastou a árvore para fora da caixa, me olhando estranho e resmungando coisas aleatórias. Não tentei conversar com ele novamente, entrando no personagem que tinha criado para enfrentar aquele inferno com clima de natal.

O silêncio entre nós não durou muito.

Brigamos no jantar, quando ele tentou cozinhar pasta ao molho pesto, e falhou quando o macarrão ficou grudento e o molho não ficou nada pesto. Tentei entrar na cozinha e resolver nosso problema. Com muito custo, o fiz limpar a bagunça desastrosa e me deixar trabalhar em algo comestível.

Tentei pensar em uma das receitas que minha mãe me ensinou, mas com os ingredientes que tinha ali, nenhum serviria. Pensei em um caldo quente que Hannah havia me ensinado há um tempo atrás com legumes, mas ficaria intragável.

A única solução foi os pacotes de miojo que encontrei na loja de conveniência, algo de lei que papai sempre preparava às vésperas do natal para mim e meus irmãos – mesmo que fosse apenas jogando água quente em um pote pequeno com macarrão instantâneo – e comíamos na grande cozinha de casa, sem nos importar se aquilo era uma refeição farta ou se era elaborada, não importava, na realidade, uma vez que a ceia de natal sempre era servida no dia 25 de dezembro ao meio dia.

Aqueles momentos eram preciosos para a nossa família. Os únicos momentos que, apenas talvez, fossemos pessoas normais. Não que no dia a dia fosse diferente, mas eram os pequenos momentos como aquele que me fazia sentir uma garota normal, e não a criança que tentou cantar no recital de natal da escola e terminou em desastre.

— Ah! — gemi, jogando a colher na pia com força.

— Espero que não esteja me imaginando nessa colher — A voz de Logan preencheu a cozinha quando ele entrou.

Passos relaxados, cara amassada de sono. Reparei em sua blusa um pouco amassada e levantada na barriga, a calça de flanela pendia de seus quadris, o que atraiu a minha atenção.

"Isso tudo para esconder o tanquinho malhado?" A voz do diabinho sussurrou no meu ouvido, me fazendo prestar mais atenção em Logan.

Mais atenção do que deveria...

Ele passou por mim, caminhando tranquilamente em direção ao armário ao meu lado. Meus olhos o acompanharam, seguindo cada movimento com atenção. Desde o esticar do braço para pegar uma xícara vazia, o que fez sua blusa levantar, revelando alguns gomos trabalhos de seu abdômen, até o rosto impassível, com os fios pretos e um pouco grandes que caia sobre seus olhos escuros e caídos, ainda inchados pelo sono.

— Antes fosse — bufei, bebendo meu café e balançando a cabeça. Não pense no quanto ele pode esconder um corpo gostoso! Não pense nesse babaca! — O de ontem era melhor!

— Ein?

Logan se virou para me encarar, os olhos agora arregalados. Uma sobrancelha levantada, questionador. Meu olhar caiu direto para seus lábios bem desenhados, um pouco vermelhos e inchados.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Jan 21 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Presa Com Um CEO no Natal - Irmãos Lee #2Where stories live. Discover now