Capítulo 6 - Samantha

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Nunca deseje algo demais, o universo pode entender a mensagem errada e te mandar algo que você menos gostaria de ter.

Fato verídico e do qual eu era a prova viva agora. Pensei tanto em fugir de tudo e todos, e principalmente de Logan que não parei para pensar na tal lei da atração. Desejei tanto não o ver nesse fim de ano, que o Universo entendeu a mensagem errada.

Caos era o que definia a nossa relação. Talvez meu irmão tivesse dado um tiro no próprio pé. Logan e eu éramos um caso sem solução. Não conseguíamos ficar mais do que alguns minutos sem nos insultar, e eu, naquele momento, sequer suportava ver seu rosto.

Naquela primeira noite presos, conseguimos encontrar um restaurante próximo que estava aberto e fazia entregas delivery. Foi um milagre que, naquele momento da noite, a tempestade tenha dado uma trégua, possibilitando a entrega da comida.

Logan e eu comemos em um silêncio mortal, mal olhando um para o outro. Ele parecia mais do que incomodado com a minha presença, e se aquele Grinch achava que eu estava feliz, estava enganado. Eu era uma boa atriz, não apenas meus prêmios e meu sucesso era a prova disso, mas eu conseguia ensaiar um sorriso educado e fácil para ele enquanto comíamos, ou até mesmo desejar um boa noite de maneira contida e educada enquanto subia para o meu quarto e fingia – sim, fingia – que estava animada para o dia seguinte, quando na verdade estava me remoendo entre pragas e maldições, conversando com qualquer entidade que pudesse me salvar daquele pesadelo que, só por um milagre mesmo, teria fim.

Quando entrei no meu quarto o vento lá fora ziniu contra a janela, me fazendo arrepiar, não pelo frio, mas pela tempestade que ele carregava consigo. Medrosa, fui até o armário e procurei por cobertores grossos que podiam, juntamente dos meus fones de ouvido, bloquear o som da tempestade que chegaria.

Organizei tudo sobre a cama e fui para o banheiro para escovar os dentes antes de dormir. Quando me deitei sob os cobertores, abracei o outro travesseiro livre ao meu lado, soltando-o apenas para pegar meus fones e o celular. O aparelho, quando o peguei, tinha várias mensagens na tela de notificação. Tinha Adam me alertando para ser boa com Logan, já que aquela era uma época difícil do ano para seu amigo. Tinha Otto ainda preocupado se Logan e eu estávamos vivos. Não como se fossemos envenenar um ao outro. Nem comida tínhamos direito, quem dirá uma poção da morte!

Hyeon era a única que parecia realmente preocupada comigo. Ela conhecia Logan tão bem quanto meus irmãos, e apesar de algumas lembranças ainda estarem obscuras e perdidas, o tempo de convivência a fez entender Logan, e Hyn-Hyn sabia que ou eu, ou ele, iria parar em um sanatório após aquela experiência.

Meus pais pareciam não saber da minha situação, pois a única mensagem que minha mãe havia me enviado, era uma foto do lugar que estavam e um desejo de boa viagem. A última, de alguns minutos atrás, era perguntando se eu estava bem. Mal sabia ela que bem era a última coisa que eu estava.

Haviam mais mensagens, que ignorei de propósito, e passei para as da minha amiga Clara, que morava em Nova York e protagonizamos uma campanha juntas há alguns anos. Clara agora não era apenas minha amiga, mas de Hyeon também, uma vez que minha cunhada, após voltar de Seoul no ano passado, conheceu a melhor amiga de Clara; Hae Won e sua filhinha Yumi. Por um acaso do destino nos encontramos em um café, antes mesmo de Hyeon voltar em definitivo com Adam. Desde aquele dia nossa amizade cresceu mais. Tanto que Clara agora me perguntava sobre a solicitação de pedidos do Brasil.

"Última chamada para os pedidos para a Mamãe Noel Clara!"

Anunciava na mensagem. Sorri ao responder:

"Me surpreenda! Não lembro de ter comido nada do Brasil antes. Não um doce típico. Tem doces típicos?"

Sua resposta, milagrosamente, veio mais rápido do que eu estava esperando, já que o sinal estava péssimo.

Presa Com Um CEO no Natal - Irmãos Lee #2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora