CAPÍTULO 14 - ORGULHO

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Acordei com a chuva caindo lá fora fazendo um barulho no telhado do vizinho. Estava nublado e as árvores verdinhas, o céu fechado iluminava o quarto com um cinza claro. Espreguicei e abri um sorriso ao ver uma calça masculina dobrada na minha cadeira da mesinha de estudo.

Levantei indo ao banheiro, escovando meus dentes e ajeitando um pouco do ninho de cobra que estava meu cabelo. Coloquei a roupa que ele tirou ontem e desci e eu só sabia que ele andava por ali porque senti um cheiro de café e percebi que o Gus nem tinha dado sinal de vida ainda.

Desci as escadas e fui até a cozinha e lá estava ele com a boxer e uma camisa de botão sem estar abotoada. Ele estava com meu violão dedilhando sentado no balcão da cozinha.

Eu ri pela visão e o Gus latiu vindo me cumprimentar.

- Achei que nunca fosse acordar. – Ele disse rindo e parando de dedilhar. – Espero que não se importe.

- Que nada. Pelo visto achou meu violão.

- Estava no seu quarto. E fodidamente desafinado. – Fiz uma careta.

- Faz tempo que não toco. Ou tento tocar.

- Depois a gente precisa fazer um dueto.

- Já ouvi você cantarolando e até que não é ruim. – Eu disse indo até ele o beijando que segurou meu queixo retribuindo. – O que estava tocando?

- Algumas músicas do Led Zeppelin que me lembram você. – Ele disse sem me olhar. – Estava tocando Black Dog.

- Sexy. – Eu disse rindo passando a mão pelo seu maxilar áspero.

Ele voltou a dedilhar e consegui reconhecer a melodia.

- Você vai me fazer suar? Vai me fazer pegar fogo? – Disse a letra da música perto do seu rosto.

- Como a música, meu coração está pegando fogo e eu não consigo saciar. Sonhos com você atravessam minha mente, Nina.

Ele desceu da cadeira e encostou seu corpo ao meu me beijando, enfiando sua mão no meu cabelo, segurando minha cabeça possessivamente.

- Você realmente está caidinho por mim. – Eu disse dando um sorriso torto perto de sua boca.

- Caidinho? Mais para acidente sem sobreviventes. – Eu ri com seu trocadilho idiota.

- E seu café? Quero ver se é tão bom quanto o meu.

Ele saiu de perto de mim, sorriu enchendo uma xícara pra mim e colocando na minha frente. Depois ele encheu um prato com um ovo mexido e uma torrada.

- Você tem talento pra café, mas o meu ainda é melhor. – Coloquei o ovo na boca que estava mais que salgado. – Valeu a tentativa. – Eu ri e ele me olhou frustrado.

- Faz tempo que não cozinho. Tudo que faço é colocar no microondas ou no forno. Percebi que não sou tão bom.

- Não faz mal. Seu café e sua torrada estão ótimos. – Eu ri dando uma mordida.

- E então, dormiu bem? – Ele sorriu sugestivo.

- Muito bem, apesar do meu espaço da cama sendo invadido. – Eu ri pra ele.

- Olha quem fala... Você me dava cada ponta pé... – Ele tomou o café e finalmente sorriu pra mim. – Foi bom dormir com você. – Ele segurou minha mão a beijando.

- O mesmo. – Dei uma piscadinha.

- E você vai hoje no coffee shop?

- A gente ainda faz isso? – Perguntei confusa.

NOS BRAÇOS DELAWhere stories live. Discover now