CAPÍTULO 20 - CICATRIZES (ERIC POV)

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Ela realmente apresentava um novo mundo de possibilidades pra mim, isso era verdade. Mas essas possibilidades teriam que ser feitas através de escolhas capazes de machucar quem já estava comigo, e eu simplesmente não sabia como lidar com isso.

Depois de todo esse tempo com a Nina, com um relacionamento que tinha passado de um coffee shop para um apartamento imundo, porque era o único que eu podia pagar. Ela não reclamava disso, ela não reclama desse tipo de coisa. Nina sempre foi muito simples, Anna era ambiciosa, sempre queria mais, mas já tinha se acostumado com nosso estilo de vida. Eu conversava com meus colegas e eles falavam o quanto suas esposas ou até amantes esperavam deles, presentes caros, viagens, carros, casas maiores.

Aí eu lembrava da minha Nina. Ela não exigia nada de mim, nada desse tipo, pelo menos. Ela estava okay com o apartamento, ele ficava bem com meus presentes baratos, ela se sentia mal quando eu pagava algo pra ela, tipo o quarto do hotel ou até uma refeição. Eu sabia que ela se sentia culpada, como se estivesse tirando o dinheiro da minha família, mas eu não tinha problema com essa parte financeira. A única coisa que a Nina exigia de mim, na verdade nem exigia, mas eu sabia que ela queria, era minha presença, minha presença além do nosso relacionamento nas madrugadas ou fugidas durante o dia.

Nina era diferente. Ela fazia eu me sentir como um garotinho. Eu estava completamente apaixonado por ela, caidinho de quatro, louco, obcecado, e inclusive tinha certeza e já tinha explanado pra ela que achava que a amava. Era uma verdade.

Eu tinha 36 anos, não tinha medo de me sentir absurdo ou patético por uma garota de 22 anos de idade. Eu estava okay com isso, com me sentir bobo perto dela.

Bobo... Essa era a palavra certa pra me descrever. Tudo na minha vida era mecânico. Eu amava a Anna porque ela era importante na minha vida, eu era louco pelos meus filhos e tentava prepara-los para um fim porque ambos eu e Anna estávamos miseráveis como casal. Eu não aguentava sua família, não aguentava aqueles meus cunhados babacas, as mulheres fofoqueiras, nem minha sogra. Odiava toda aquela rotina de uma vida pré-destinada até o fim da minha existência.

Perto da Nina eu me sentia mais velho do que realmente era, mas me sentia mais vivo também. Eu arranjei esse final de semana como uma desculpa pra passar um tempo com ela, só nós dois, dar o que ela merecia, agir como casal com ela, porque eu gostava e queria mostrar aquela garota linda e gostosa para todos, pode até parecer capricho, mas a cada movimento seu eu ficava louco. Bobo, voltamos para essa palavra.

Nina cantava música ruim, ela representava essa geração da tecnologia influenciada por uma MTV que nem tocava mais música. Ela gostava dessas bandas novas e alternativas que eu nunca tinha escutado falar, ela gostava das mesmas bandas que eu, as mais antigas, ela gostava daquele POP feito unicamente para vender. Eu a adorava por ela não tentar ser uma coisa que não era perto de mim.

Nina usava shorts curtos, vestidos floridos, tênis, coroa de flores, camisetas de bandas, camisetas irônicas e idiotas. Ela sempre tinha esse cabelo que cheirava a um misto de frutas, tão refrescante. Ela tinha esses olhos castanhos que me olhavam sedutoramente, tinha uma pele macia, corpo incrível, cheia de curvas, tão bem feita, seu sorriso era perfeito, seu cheiro mais ainda.

Ela era tão apertada, o sexo com ela era diferente, perigoso, ela era deliciosa, suas pernas, eu a queria na minha boca o tempo todo, eu ficava vidrado que enquanto eu a penetrava ela colocava o dedo na boca, e era a coisa mais fofa e sedutora de todas. E ela realmente não gritava como ela tinha me dito, mas ela tinha esse gemido que parecia de um gatinho, era baixo e sedutor, quase suplicante e aquele som sempre me fazia gozar mais rápido.

Nina tinha uma personalidade forte, ela não fazia o que não queria, ela não gostava de dar o braço a torcer, ela não gostava de demonstrar seus sentimentos. Já perdi a conta de quantas vezes falei algo que merecia uma resposta e ela simplesmente ignora, mudando de assunto. Ela ficava as vezes muito triste, muito feliz, eu não sabia as vezes o que esperar dela. As vezes estávamos muito bem, e de repente ela mudava. Eu não a culpo, ela estava tão envolvida nisso quanto eu. Cada pedaço que ela se mostrava um pouco eu vibrava. Eu gostava de descobrir mais e mais sobre ela.

NOS BRAÇOS DELAWo Geschichten leben. Entdecke jetzt