Capítulo II

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Kara El |Point of view

Eu entrei na mata e precisava de suprimentos, logo a minha adaga se transformou num arco com aljava, avistei um cervo e a pele serviria para eu fazer uma bolsa.

Acertei o cervo nos olhos e ele morreu na hora, cavei um buraco e eviscerei o mesmo, antes de tirar a pele o coloquei nas costas e voltei para a praia.

Procurei por lenha e fiz duas fogueiras, peguei duas pedras planas e coloquei uma perto de cada fogueira, limpei o cervo, tirei a pele e coloquei pra curar, vai levar uns dias ainda pra que eu possa sair daqui.

- Nem pra deixar a bebida. – eu falei sozinha.

Deixei parte da carne defumando, a outra parte assando e a pele curando.

Imaginei um machado e o arco se transformou na minha mão, procurei por uma arvore larga o suficiente e a cortei, depois cortei no tamanho de uma embarcação pra duas pessoas.

Com o machado comecei a esculpir, quando anoiteceu eu voltei pra onde a carne estava e abasteci o fogo com lascas da embarcação, da carne que estava assando, cortei metade e coloquei na beira da outra fogueira.

- Odin, pai de todos. – eu comecei a minha prece. – Não tenho muito por agora, mas essa é a maior e melhor porção que tenho na minha mesa, peço humildemente que aceite essa oferenda.

O fogo ficou com as chamas como prata e eu joguei a carne na fogueira que logo foi consumida inteiramente.

Voltei pra minha fogueira e comi pensando no dia de amanhã, me preparei pra dormir e me ajeitei confortável.

Acordei um pouco antes do amanhecer, abasteci o fogo e comi um pedaço da carne, peguei meu machado e fui até o meu barco, terminei de esculpir a parte grossa e arrastei até a praia. 

- Isso ainda não flutua. – disse em voz alta.

Comecei um cântico e voltei a esculpir o barco.

Uma semana depois eu passei a resina que encontrei nas arvores, ela vai impermeabilizar e impedir que afunde.

Cacei mais e ofereci a Odin a melhor parte, quando o couro estava curado, eu costurei uma mochila e guardei a carne defumada.

Cinco dias depois a resina secou e eu coloquei o barco na água, remei e remei.

- Não afunda. – eu sorri.

Abasteci o barco e fui embora pra minha jornada, tive que ir pelo rio e não pela praia, dois dias depois eu achei uma aldeia com um porto, remei para o lado oposto e atraquei longe, escondi meu barco e caminhei até a aldeia.

Fui até a taverna e conversei com a atendente.

- O que vai querer? – a moça perguntou.

- Eu cheguei agora aqui e estou procurando trabalho. – falei. 

- Você pode ir até o estaleiro. – ela falou. – Eles sempre precisam de ajudantes.

- Obrigada.

Sai e fui até o estaleiro, não foi difícil conseguir trabalho e me olhavam com estranheza, mas trabalhei em silencio.

Um mês depois e eu não tinha mais que algumas moedas de baixo valor, eu preciso de um barco, principalmente pra ganhar dinheiro.

- Pai de todos, eu preciso de uma luz. – eu pedi.

- Só uma luz?- me levantei e minha adaga se transformou em uma lança. – Se acalme, uma luz você consegue com o amanhecer.

- Quem é você?

Vikings - SUPERCORPWhere stories live. Discover now