25. MinMin

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No fim das contas, Jisung teve que passar não um, mas dois dias no hospital. Devido à tosse e aos medicamentos um pouco mais pesados, o médico tinha achado por bem mantê-lo sob observação até que fosse eliminada qualquer possibilidade de piora. 

Em uma atitude totalmente previsível, Lee cancelou uma batalhada de compromissos para ficar com Han, o que fez com que a sua agenda fosse promovida de "problemática" para "simplesmente caótica. Nenhum comentário a respeito do assunto foi feito, no entanto, pois não queria que Jisung se sentisse mal e muito menos que gastasse suas poucas energias se estressando por algo sobre o qual não tinha o menor controle. 

Quando voltaram para casa, o mais velho não parecia de muito papo, embora não estivesse bravo. Ele só parecia chateado e realmente pensativo. De qualquer forma, tinha separado todos os remédios prescritos e deixado tudo certo para que Han pudesse se virar durante os dias seguintes, enquanto estivesse fora. O estudante estava de licença médica da aula e do trabalho e continuaria faltando até que estivesse totalmente recuperado. 

A melhora, contudo, parecia ser cada vez mais visível e progredia rápido. Depois do quarto dia de antibióticos, já sentia-se muito melhor.

— Você já vai? — Han perguntou sonolento ao aparecer no corredor, encontrando Minho terminando de ajeitar a gravata e se preparando para tomar um último gole de café.

— O que você tá fazendo de pé? Vai descansar, Jisung, tá muito cedo.

"Jisung". Ele tinha começado a chamá-lo daquela forma com alguma frequência.

Han ignorou a ordem de Minho e foi até o sofá, sentando-se ali.

— Ei, está frio pra você ficar andando desse jeito pela casa, sabia? — apontou. Pra variar, o mais novo estava só de cueca e blusa de mangas compridas.

— Por que você tá me chamando de "Jisung"?

— Porque esse é o seu nome, não? — Lee ergueu as sobrancelhas. Não era? Alguém tinha esquecido de avisar sobre qualquer mudança?

— Você tá me punindo pelo que aconteceu? — perguntou na lata, direto e chateado.

— Ainda tá muito cedo pra você falar esse tipo de besteira, gatinho. Para com isso — sentou-se ao seu lado e puxou-o para perto, dando um beijinho em sua bochecha.

— Olha nos meus olhos, então. Você nem anda me encarado direito...

— Quando tivermos um tempinho a gente conversa, tá? Eu não estou te evitando e nem nada do tipo — suspirou, pressionando a testa com um dos pulsos ao fechar os olhos. — Eu me sinto mal pelo que te aconteceu, só isso — confessou.

— Mas você não fez nada, Mi — arrastou-se pelo estofado até que pudesse subir em seu colo. Logo depois, abraçou-o pelo pescoço e enfiou o rosto na curva de seu ombro, sentindo o perfume e o cheirinho conhecido. — Me abraça direito...

Lee demorou dois segundos e acabou envolvendo a cintura esguia, puxando Jisung para perto e apertando-o com um pouco mais de intensidade conforme foi se dando conta da necessidade daquele contato conhecido. Jisung ainda estava pálido e com certeza tinha perdido um ou dois quilos naquela história toda. Conseguia sentir nitidamente ao tocá-lo.

Merda. Devia ter prestado mais atenção.

Volta logo pra ficar comigo? — perguntou baixinho no ouvido do outro, ganhando um aceno suave e lento como resposta.

Volto... — Minho prometeu, tocando seu queixo para pressionar os lábios em um último toque breve.

Logo, colocou Jisung ao lado com cuidado, levantando-se.

Miau, passa no débito | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora