Capítulo 6

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Começo o dia na Zona 22, respondendo a alguns SMS's que haviam me enviado. O primeiro é de meu pai, indagando sobre a repentina mudança na convocação de novatos aos quartéis. Em minha resposta, o tranquilizo, assegurando-lhe que, assim que as coisas se acalmarem, planejo visitá-los. O segundo SMS é de Maya, fazendo-me a mesma pergunta sobre o ocorrido e pedindo desculpas por não conseguir me visitar durante as semanas em que estive na Sede da Corporação

Após o café, dirijo-me ao Centro de Treinamento vestindo o uniforme tecnológico azul-escuro com detalhes prateados, concebido por Moses. Ao ajustá-lo, uma voz surpreendente ecoa de dentro do tecido, "Bom dia, Srta. Paterson". Dou um pequeno salto, meus olhos se arregalam momentaneamente com surpresa, e involuntariamente levo a mão ao peito. Após um momento, recomponho-me a compostura e entendo que se trata da inteligência artificial desenvolvida no uniforme por Moses.

— Bom dia, meu caro... Como posso chamá-lo? — Pergunto.

— Pode certamente escolher um nome, Srta. Paterson. — A voz responde.

— Bom..., acredito que Valerian é um bom nome para um tipo de "robô".

— Valerian parece adequado, Senhorita. — Responde. — Estou aqui para fornecer assistência, informações e garantir sua segurança. Alguma solicitação?

— O que temos que realizar hoje? — Pergunto-lhe.

— Hoje você está designada para o primeiro treinamento na Zona 22. As informações detalhadas foram carregadas em meu sistema. — Valerian responde, sua presença digital manifesta uma aura de eficiência.

Continuo o meu percurso até o Centro de Treinamento, quando, de repente, esbarro com o jovem de olhos puxados que havia mantido o olhar fixo em Ethan durante a reunião.

— Desculpe, não te vi. — Menciono. — Prazer, meu nome é Jane.

— Prazer, Jane. — Responde ele. — Sou o Carlos. Está indo para o treinamento, não está? — O jovem retira os óculos e os limpa com a ajuda de sua camisa verde-limão.

Ao cumprimentar-me com um aperto de mão, percebo uma temperatura fria, digna de um Manipulador de Gelo.

— Ethan pode parecer um pouco rígido no início. — Comenta. — Mas é um ótimo sujeito e um líder irrepreensível.

Carlos me acompanha até o Centro de Treinamento, onde todos os soldados estão reunidos, aguardando as palavras de Ethan. Ele, posicionado no meio da formação, anuncia:

— Hoje teremos um último treinamento. Infelizmente, fui informado de que precisaremos estar prontos para uma missão amanhã, nas proximidades da Avenida Placidus.

Uma série de comentários irrompe próximo a onde estou. Nós, os novatos, mal tivemos a oportunidade de realizar treinamentos significativos na Zona 22, e já estamos nos dirigindo para um combate real. O clima tenso é palpável, mas a determinação é visível nos olhares de cada soldado, prontos para o desafio que se avizinha. Nos alongamos para começar.

Nós cinco somos divididos em grupos, sendo o meu liderado por Ethan, enquanto o outro é treinado por um jovem que compartilhou o jantar com ele na noite passada. O início do combate é marcado pela intensidade. Diana esforça-se contra seu oponente na luta. Enquanto ela se defende dos golpes, percebo sua concentração em invadir a mente do adversário, como me contara que fez na primeira simulação. Moses, por sua vez, luta habilmente utilizando aparelhos que ele mesmo criou, tornando-se uma espécie de "Megamente" da vida real.

Um veterano, hábil e preciso, desfere golpes certeiros, levando-me a cair com impacto no tatame. A dor pulsante nas costas é acentuada pela sensação ardente ao ser atingida por um líquido vermelho, lançado por ele. Como resposta instintiva, projeto o garoto para longe, criando uma rajada de vento. Ele se recompõe, solta uma gargalhada e comenta:

Caminho MortalWhere stories live. Discover now