Capítulo 9

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A incerteza sobre como deter Lucian ainda persiste em minha mente. Neste momento, mais do que nunca, anseio por uma linhagem familiar mais frequente de Manipuladores de Cura, pois a dor persistente no abdômen está se tornando incômoda. Não vi Ethan até agora, e a curiosidade sobre os desenvolvimentos futuros dos ataques permanece constante. Ao desbloquear o celular, deparo-me com a mensagem de Mamãe: "Jane, tomei conhecimento pelos jornais de que vocês entraram em combate. Por que não me avisou, minha filha?". Susan Paterson é com certeza uma mãe preocupada, mas o que posso fazer? Deixá-los mais preocupados? Respondo a mensagem tranquilizando-a e afirmando que todos devem permanecer em casa o maior tempo possível, não é mais seguro andar por aí à toa, não com o grupo de Lucian planejando destruição.

Enquanto mergulho nas profundezas da pesquisa por meio do meu laptop cinza, busco entender melhor as motivações do conflito. A incerteza paira sobre mim: Essa guerra em curso levará à queda tanto da Corporação quanto do grupo liderado por Lucian? A possibilidade de ambos os lados sucumbirem nesse conflito persiste em meus pensamentos.

Ao explorar um site de notícias, deparo-me com uma manchete intrigante: "Corporação de Segurança: Lobos em Pele de Cordeiro". A mídia expressa um tom de desconfiança em relação à Corporação, sugerindo que sua aparência benevolente pode não ser tão imaculada quanto aparenta. Apesar das críticas frequentes por parte de alguns jornalistas, em tempos anteriores, a Corporação não forçava os detentores de dons a se envolverem, a menos que fosse em situações de guerra. Aqueles que recusavam participar, seguindo o exemplo de Lucian, eram rotulados como rebeldes não pela instituição, mas por algumas famílias. Ao desistir da Corporação, muitos convocados não eram bem aceitos pelos parentes.

As convocações de novatos, como mencionado por Jamie, são celebradas como troféus, mas muitas vezes as pessoas negligenciam as vulnerabilidades dos convocados. Mr. Vasconcellos, que antes não dava importância à minha presença, passou a me exibir como um orgulho para a escola após os eventos recentes. 

Liam, irmão de Lucian, foi inserido na Corporação pela própria família, uma escolha que a organização não impôs diretamente. Isso levanta a questão: por que Lucian nutre uma revolta tão intensa contra essa instituição? A família dele não seria a maior culpada pela morte do seu irmão? Ao refletir sobre minhas próprias inquietações, percebo que a culpa não deve recair sobre a Corporação, tampouco culpo os meus pais. Eles compreendem que a sociedade valoriza famílias que incentivam seus filhos com dons a se envolverem. Por mais arriscada que essa prática possa ser, reconheço a necessidade de garantir a segurança da população. No tempo de Liam, as mortes não eram tão frequentes como hoje; mesmo com a presença de criminosos, a sociedade não estava imersa em uma guerra.

Ouço batidas na porta.

— Quem é? — questiono.

— Sou eu, Ethan. — Um sorriso involuntário se desenha em meus lábios, surpreendendo-me com minha própria reação.

— Pode entrar. — Digo.

Ethan Donovan abre a porta, e noto alguns ferimentos em seu rosto bronzeado. Ele consulta a enfermeira sobre minha saúde, que nesse momento me acompanha. Em seguida, ele se aproxima de mim.

— Espero que melhore logo, Jane. — Diz Ethan. — Recebeu o meu presente?

— Sim, Jamie me entregou. — Digo. — Obrigada, é um presente encantador, você realmente está atento ao que as pessoas dizem.

— Tenho que estar, afinal, um líder deve perceber as coisas mais rápido que os demais, não é mesmo? — Diz ele.

— Imagino que sim. — Fixo os olhos em Ethan.

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⏰ Last updated: Feb 28 ⏰

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