"Você pode beijar o noivo", disse o padre.
Eu levantei minha cabeça. Cada par de olhos na multidão me examinou, esperando por um lampejo de fraqueza. Papai ficaria furioso se eu deixasse meu terror aparecer, e a Família de Vegas usaria isso contra n...
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Depois do jantar, todos foram para o salão para beber, fumar e discutir o que mais precisasse ser discutido. Voltei para o meu quarto, mas não consegui dormir. Por fim, coloquei um roupão de banho por cima do pijama, saí do quarto e desci as escadas. Num acesso de loucura, peguei o corredor que levava à porta secreta atrás da parede da sala. Meu avô achou que era necessário fazer fugas secretas no escritório e na sala da lareira. Encontrei Tay com os olhos pressionados contra o olho mágico da porta disfarçada. Claro, ele já estava lá. Ele se virou, os olhos arregalados, mas relaxados quando ele me viu.
"O que está acontecendo aí?" Eu disse em um sussurro, preocupado que as pessoas na sala pudessem nos ouvir. Tay foi para o lado, para que eu pudesse espiar pelo segundo olho mágico.
"Quase todo mundo já foi embora. Papai tem detalhes para discutir com os Theerapanyakuls. Agora é só Vegas e sua comitiva."
Apertei os olhos pelo buraco, o que me deu uma visão perfeita das cadeiras amontoadas ao redor da lareira. Vegas encostou-se na borda de mármore da lareira, com as pernas cruzadas casualmente e um copo de uísque na mão. Seu irmão Macau estava recostado em uma poltrona ao lado dele, com as pernas bem abertas e aquele sorriso de lobo no rosto. Ken e o segundo guarda-costas que eles chamaram de Nop durante o jantar sentaram-se nas outras poltronas. Nop parecia ter a mesma idade de Macau, então cerca de dezoito anos. Quase homens pelos padrões da sociedade, mas não no nosso mundo.
“Poderia ter sido pior”, disse Macau, sorrindo. Ele poderia não parecer tão mortal quanto Vegas, mas algo em seus olhos me disse que ele só conseguia esconder melhor. "Ele poderia ser feio. Mas, puta merda, seu pequeno noivo parece uma deusa. O corpo e o rosto." Macau assobiou. Parecia que ele estava provocando o irmão de propósito.
"Ele é uma criança", disse Vegas com desdém.
“Ele não me parecia uma criança”, disse Macau, depois estalou a língua. Ele cutucou o outro homem, Ken. "O que você me diz? Vegas é cego?" Ken encolheu os ombros com um olhar cuidadoso para Vegas.
"Eu não olhei para ele de perto."
"E você, Nop? Você tem olhos funcionais na cabeça?" Nop olhou para cima, então rapidamente olhou de volta para sua bebida. Macau jogou a cabeça para trás e riu. "Porra, Vegas, você disse aos seus homens que cortaria o pau deles se eles olhassem para aquele garoto? Você nem é casado com ele."
“Ele é meu,” Vegas disse calmamente, enviando um arrepio nas minhas costas com sua voz, para não mencionar seus olhos. Ele olhou para Macau, que balançou a cabeça.
"Pelos próximos três anos, você estará em Bangkok e ele estará aqui. Você não pode ficar de olho nele o tempo todo, ou você pretende ameaçar todos os homens da Outfit. Você não pode cortar todos os seus paus. Talvez o pai de Pete conheça alguns eunucos que podem vigiá-lo."
"Farei o que for preciso", disse Vegas, girando a bebida em seu copo. "Ken, encontre os dois idiotas que deveriam proteger Pete." A maneira como meu nome saiu de sua língua me fez estremecer. Eu nem sabia que tinha dois guardas agora. Flash sempre protegeu a mim e aos meus irmãos. Ken saiu imediatamente e voltou dez minutos depois com Flash e Raffaele, ambos pareciam magoados por terem sido convocados como cães por alguém de Bangkok. Meu pai estava um passo atrás deles.
