"E a filha das trevas nascerá,
E o medo aos deuses trará.
Com um só olhar, o ladrão irá se apaixonar.
Com um só estralar, os deuses irão se prostrar."
Essa foi a profecia, que o próprio deus das profecias, disse aos deuses.
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Esse garoto só pode ser o filho de Hermes. Eu sinto isso! Se ele for quem eu estou pensando... Eu irei precisar me aproximar dele.
— Você ainda não me respondeu. – Ele fala quando a gente se afasta do sorveteiro.
Estava eu e ele com os sorvetes de casquinha nas mãos.
— Vamos dizer que eu e os deuses temos um trato. – Passo a colherzinha no sorvete e levo a boca.
— Como Zeus deixaria você viva? – Nós nos sentamos em um banco e ficamos olhando as crianças brincarem.
— Zeus sabe da minha existência, mas não sabe onde estou. – Olho para as crianças. — Meu pai colocou algumas fúrias para cuidar de mim e Apolo me deu uma pulseira de proteção.
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— Você parece ser próximas dos deuses. – Olho para ele e vejo que ele estava me analisando. — Você não é como eu pensei...
— Como assim? – Arqueio a sombrancelha.
— Achei que os filhos de Hades fossem... – Vejo que ele procurava as palavras certas.
— Góticos? Psicopatas? Assassinos? Valentões? Anti-sociais? – Vejo ele se mexer como se quisesse concordar mas tinha medo. — Pode falar. Eu não vou matar você. – O vejo relutar.
— Sim. Achava que os filhos de Hades eram Góticos, psicopatas, assassinos, valentões e anti-sociais. – Ele passa a mão na nuca.
— Relaxa! – Dou um empurrão de leve. — Você não é o único. Vamos dizer que eu sou assim... Mas tem vezes que canso e decido ser um mais... Normal. – Ri com a minha conclusão.
— Eu ainda não entendo você. – Ele pergunta me analisando.
— Nem eu me entendo. – Dou um sorriso amargo. — Mudando de assunto! Você estava fazendo o que naquele beco?
— Estou em uma missão. – Ele quando termina de falar arregalha os olhos. — Mas não é da sua conta.
— Achei que os filhos de Hermes fossem mais amigáveis. – Falo irônica. — Qual é? Eu posso te ajudar. — Sorri convencida. — Eu moro aqui, conheço essa cidade na palma da minha mão.
