Capítulo 9.

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Entre cervejas, cigarros, risadas e sorrisos, Brian e Thiago encontram um ponto de equilíbrio, mesmo com o moreno ainda demonstrando seu jeito áspero. A noite iluminada pelos neons da cidade cria uma atmosfera peculiar ao redor deles. O barulho distante de carros e as conversas ao longe compõem a trilha sonora improvisada da noite.

A vista da cidade de Los Angeles, agora iluminada pelas luzes noturnas, contrasta com o impasse do trânsito parado. Os dois garotos, à espera do fluxo recomeçar, encontram um momento de calmaria no meio do caos urbano.

As cervejas e os cigarros tornam-se companheiros nesse breve intervalo, enquanto o horizonte da cidade estende-se diante deles, cheio de possibilidades e incertezas. Os minutos passam, e a cidade "agitada" parece esquecer os meninos ali, à mercê do engarrafamento. As luzes piscantes dos letreiros publicitários, os sons distantes de uma música urbana e a brisa noturna compõem um cenário único.

Brian e Thiago, apesar das diferenças, compartilham risadas e momentos de descontração. A tensão que os envolvia, aos poucos se dissipa, deixando espaço para uma conexão improvável entre eles.

- Sinceramente, acho que eu vou voltar apé pra casa daqui a pouco, meu Deus. - Thiago toma um gole da sua garrafa de cerveja -

- Vai me deixar sozinho aqui? - Brian pergunta -

- Quanto mais longe de você eu puder estar, melhor. - ele dá um sorriso sarcástico olhando para Brian -

- Nossa, obrigado. - Brian ri um pouco -

- Mas bem sinceramente mesmo, eu tô bem afim de voltar pra casa apé, buscar essa porra de peça amanhã, pelo amor... - o moreno suspira - Queria que o puto do Dom estivesse aqui pra sentir o que eu tô passando nesse inferno. Do seu lado então, só piora. - ele continua fazendo piadas com Brian -

- Vai se fuder, Thiago. - Spilner dá um tapa leve no braço do garoto -

- Idiota. - ele retribui um pouco mais forte -

- Você gosta de me chamar de idiota, né? - Brian olha um pouco estranho pra ele -

- É um sinônimo informal pras pessoas sonsas, burras e sem noção. Geralmente, né. - Thiago dá mais uma tragada no cigarro -

- Ah, olha quem fala. - o loiro retruca -

- Quero ver você fazer todos os layouts de carro que eu já fiz pra oficina, saber desenhar, ter um monte de tablatura pra guitarra guardada na cabeça, lembrar como faz um monte de trick de skate, ter o ensino médio completo e saber dirigir. - ele realça tudo que ele mais sabe fazer, e diz com mais intensidade no "saber dirigir" -

- Eu sei dirigir, tá? - Brian afirma -

- Ah, sim, sabe. Meu MK4 quebrado na garagem é o que, então? - Thiago pergunta -

- Eu tava nervoso no dia da corrida, tá? Nunca tinha corrido com várias pessoas antes. - Brian esclarece sua situação -

- Primeira corrida e já chega apostando o carro, é muito sem noção mesmo... - Thiago continua a julgar Spilner -

- Eu tava sem dinheiro. - Brian permanece se explicando -

- Que conseguisse antes de correr então, né, burrão. - o moreno revira os olhos -

- Eu era meio sem noção essa época, tá? - ele fala com um pouco de ironia -

- Há quatro dias atrás, Spilner. - Thiago olha meio confuso para Brian -

- É um passado muito distante. - o loiro troca algumas risadas com Thiago novamente -

A conversa flui, e com o passar do tempo, os dois começam a se entender. Thiago continua com suas piadas de mal gosto sobre Brian, mas o garoto apenas releva e entra no clima também. As trocas de provocação, que antes eram carregadas de agressividade, agora adquirem um tom mais moderado, quase como uma espécie de brincadeira entre amigos de longa data. As risadas ecoam na noite parada de Los Angeles, revelando uma sutil mudança na dinâmica entre eles.

𝙈𝙚𝙪 𝙥𝙞𝙡𝙤𝙩𝙤 𝙥𝙧𝙚𝙛𝙚𝙧𝙞𝙙𝙤 - 𝘉𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘖'𝘊𝘰𝘯𝘯𝘦𝘳.Where stories live. Discover now