𝙈𝙚𝙪 𝙥𝙞𝙡𝙤𝙩𝙤 𝙥𝙧𝙚𝙛𝙚𝙧𝙞𝙙𝙤 - 𝘉𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘖'𝘊𝘰𝘯𝘯𝘦𝘳.

Capítulo 14.

Brian e Thiago, lado a lado na cozinha, observam a lasanha fumegante repousando em cima do balcão. A fome é perceptível em seus olhares ansiosos, e a recente troca de histórias parece ter deixado uma marca evidente na relação entre eles. Thiago, com os braços cruzados e uma expressão descontraída, compartilha o espaço com Brian, criando uma cena que reflete a união momentânea.

A lasanha prestes a esfriar não é apenas um prato, é um símbolo físico de uma pausa no tédio, uma interrupção nas hostilidades e uma abertura para uma nova compreensão. Os dois garotos, mesmo com suas diferenças, encontram-se em um momento de paz relativa, onde a comida promete não apenas satisfazer a fome, mas também nutrir uma nova perspectiva entre eles.

– Quando que isso vai esfriar? Eu tô com fome. - Thiago pergunta, reclamando -

– Uns 10 minutos. Dá pra botar na geladeira pra ser mais rápido. - Brian diz enquanto pega a travessa com luvas de cozinha e coloca-a na geladeira -

– Só de ver essa travessa, me deu fome... - Thiago suspira -

– Pelo jeito, não vai sobrar pra amanhã no almoço. - o loiro solta algumas risadas -

– Espero que não sobre, não quero dividir com ninguém isso aqui. - Thiago diz enquanto avista Brian se aproximando -

– Que desumilde. - Brian ri um pouco mais uma vez -

– Ué, quem fez foi a gente, quem tem direito de comer é a gente também. - Thiago dá de ombros -

Num clima impregnado de serenidade, Brian e Thiago compartilham algumas risadas, como se um entendimento recíproco estivesse finalmente se estabelecendo entre eles. Após uma tarde inteira juntos, os dois parecem ter alcançado um momento de trégua, onde as tensões cederam lugar para uma conversa mais descontraída e divertida.

Thiago, surpreendentemente, demonstra uma disposição inédita para se comunicar com Brian de maneira razoável, sem os habituais insultos e discussões. Essa mudança de atitude não passa despercebida por Brian, que observa com admiração o comportamento mais equilibrado do moreno. 

Depois de alguns minutos, a refeição finalmente se esfria, e Brian e Thiago apreciam o sabor delicioso da lasanha. Após estarem satisfeitos, com a fome não mais cercando os garotos, eles começam a conversar, e novamente, se perdem no horário. A conversa parece tão boa que poderia durar horas. Logo após um longo período de tempo, os dois decidem finalmente irem dormir. Palavras de boa noite são trocadas, algumas agressivamente vindo por Thiago, mas Brian releva.

Os dois garotos adormecem, e no dia seguinte, Brian acorda com um raio de sol batendo fortemente em seu rosto, vindo da janela entreaberta da sala. Ele se senta no sofá e olha para Thiago, completamente jogado e espalhado em cima do colchão. Após um breve momento de bocejos e espreguiçadas, Brian se levanta e vai para cozinha tomar um copo de água.

Enquanto se prepara para o dia, Brian permite que seus pensamentos vaguem, refletindo sobre os acontecimentos do dia anterior e as conversas compartilhadas com Thiago. Apesar das diferenças entre eles, ele sente uma conexão incomum com o outro garoto, uma sensação de companheirismo que vai além das palavras.

Brian olha para o relógio pendurado na parede, e percebe que acordou um pouco mais cedo que o normal. Ele desvia o olhar para a janela da cozinha, e percebe o sol clareando todo o pátio da casa, dando a Brian uma sensação de serenidade e tranquilidade. O brilho suave do sol banha o ambiente, criando uma atmosfera acolhedora e convidativa.

– Que dia bonito... - o loiro diz, com a voz um pouco fraca -

Brian sente-se envolvido pela paz da manhã, como se o mundo estivesse em perfeita harmonia ao seu redor. Essa visão reconfortante desperta nele um profundo sentimento de gratidão pela beleza simples da vida. Em seguida, Brian termina de tomar a água, deixando o copo em cima da pia logo depois. O garoto volta para sala, e começa a olhar para Thiago. "Thiago, acorda, a gente tem que ir pra oficina." Spilner diz, tentando acordar Thiago, incentivado para começar o dia.