Just Come Home

Somewhere Only We Know

And if you have a minute why don't we go

Talk about it somewhere only we know?

This could be the end of everything

So why don't we go

Somewhere only we know?

- Keane

— Parece que estou sempre te agradecendo por algo. — Steve declarou assim que ficou cara a cara com o rei de Wakanda.

— O que você ta' fazendo? — Rhodes questionou a Bruce, que imediatamente levantou de sua reverência desajeitada.

— Nós não fazemos isso aqui. — T'challa reprimiu uma risada. — O que devemos esperar do ataque?

— Senhor, acho que devem esperar um ataque bem grande.

— O que temos? — Natasha perguntou com a expressão franzida. Seus dedos começaram a se mexer, batendo a ponta do dedão em cada um deles, menos no anelar. Havia guardado sua aliança na parte de dentro do seu colete, não queria perder um dedo durante a batalha caso alguma arma se prendesse ao anel, ou pior, perder a aliança, sujá-la ou amassá-la. Wanda se pôs ao seu lado e tocou levemente sua mão, uma pergunta silenciosa se estava tudo bem, imediatamente Natasha entrelaçou seus dedos e segurou a mão da sokoviana como se sua vida dependesse daquilo.

Natasha controlou sua respiração ao pensar no que estava por vir. Isso, guerra, lutas e conflitos armados, era sua existência. Era para o que o seu cérebro fora programado. A Viúva nunca exitava, fazia o que tinha que ser feito e o que quer que fosse necessário para atingir o objetivo... anos atrás. Agora era diferente. Agora tinha algo a perder, e isso a assustava terrivelmente. Aquela mão na sua pesava com o que aquele mero ato significava, promessas para o futuro, planos, família, conforto. "Vai ficar tudo bem, Tasha." Ela escutou o eco em sua mente e depois um leve carinho nas costas da sua mão.

— Minha guarda real... —  O rei começou a citar. — A Tribo da Fronteira, as Dora Milaje, e... — Ele apontou para aquele rosto familiar que há muito não viam.

— Um homem semi estável de 100 anos. — Bucky e Steve se abraçaram brevemente com sorrisos no rosto

— Como está, Buck?

— Nada mal, para o fim do mundo.

Visão agora estava deitado em uma espécie de maca sofisticada demais enquanto era escaneado por Shuri. O resto da equipe permaneciam afastados enquanto Bruce e a garota conversavam no que parecia ser uma língua completamente diferente. Algo envolvendo neurônios e estrutura poli-alguma-coisa.

— Você consegue? —  Wanda perguntou o que estava quase quebrando seu crânio de dentro para fora desde que Bruce sugeriu a alternativa de tirar a joia.

Natasha a observou de longe, queria pegar Wanda e fugir para alguma realidade alternativa, para algum lugar onde apenas as duas conheciam. Pela primeira vez na vida a russa teve a vontade de simplesmente fugir, correr até suas pernas desistirem e seu pulmão começar a queimar. Ela fechou os olhos e tentou se teletransportar para algum lugar e se deparou com um campo. Ficou surpresa por ver que sabia o caminho por onde andar como a palma da sua mão. Um píer apareceu e ela se sentou na beira de um lago. Wanda estava sentada do seu lado, com a cabeça apoiada em seu ombro e suas calças enroladas até o meio da panturrilha enquanto seus pés balançavam na água.

Romanoff pegou a mão da sokoviana ao seu lado e a levou à sua boca. Ela esperava sentir a pele macia de Wanda e os leves calos que sobrepunham os nós de seus dedos. Mas Natasha se deparou com o ar frio e quando virou para encarar a sua futura esposa, um olhar aterrorizado assombrava seu rosto. O rosto que a russa tanto amava. O rosto que logo começou a se transformar em poeira.