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[nome] decidiu que era hora de dar um basta naquela situação.

— Olha, eu não devo satisfações a um desconhecido. Não quero acabar soando rude, mas se eu neguei a bebida, você como um homem deveria entender o que significa.

Sua fala que deveria ter soado como uma ofensa passou pelos ouvidos do Yakuza em tom de desafio, em sua mente era como se aquela mulher estivesse o desafiando, com seus instintos lhe dando mais e mais motivos para insistir contra.

— É meio precipitado da sua parte, não acha? Só vim até aqui por curiosidade, nada mais.

Os tremores de [Nome] sumiram aos poucos, dando lugar para uma postura rígida e um olhar furioso. Uma visão um tanto quanto engraçada e atraente para Hanayama, ele podia ver a determinação queimando em seus olhos.

— Então vá procurar outra pessoa para sanar as suas dúvidas, eu sou comprometida! — alertou colocando a mão com sua aliança no alcance dos olhos do mais alto.

Esse fato não agregou em nada, aliás era estranhamente interessante para Hanayama, quanto mais ela tentava se esquivar, mais acabava atiçando sua curiosidade.

— É uma mulher corajosa, devo admitir — constatou analisando cada detalhe de seu rosto.— Kaoru Hanayama — disse retirando uma das mãos do bolo, estendendo-na para a mulher.

Sua atitude pegou [nome] de surpresa, ela esperava que ele fosse esmagá-la naquele momento por sua insolência, mas não o fez, ao invés disso continuou com a mão estendida na sua direção. Acabou demorando alguns segundos para reorganizar seus pensamentos, lutando para afastar os maliciosos e aceitou cumprimentá-lo de forma educada. Um sentimento estranho percorreu seu corpo quando seus dedos colidiram contra a pele calejada daquela mão.

— [nome] — disse puxando rapidamente sua mão para si. A textura da pele das mãos grandes daquele homem lhe causaram arrepios. — já tem o que queria, agora eu tenho que ir — tentou desviar do grande corpo de Hanayama, mas acabou colidindo contra seu braço.

[Nome] iria acabar enlouquecendo com tanta coisa acontecendo de uma vez só em sua vida. Estava nos braços de um dos inimigos de seu namorado após terem trocado poucas palavras e toda sua coragem havia sido sugada por aqueles olhos escuros.

— [nome] — Hanayama chamou observando a mulher sussurrando algumas palavras inaudíveis enquanto apertava a bolsa que estava carregando contra o peito.

— Por favor, isso é demais para mim. Eu não sei de nada.

[Nome]

Me encontrava em uma situação lastimável e perigosa, graças a minha lerdeza. Simplesmente passar por ele, que tipo de ideia foi essa? Já não me restava mais esperança, acabaria morrendo aqui nessa rua deserta porque não consegui conter minha língua afiada.

Apenas fechei meus olhos e aceitei enfrentar o fim. Esperei alguma reação vinda dele, enquanto meu cérebro começava a me atormentar com as várias possibilidades que ele teria antes de finalmente me matar. Uma risada não estava inclusa nas minhas paranoias me pegou desprevenida.

Abri meus olhos dando de cara com os seus olhos afiados de novo. Ele estava apenas brincando comigo.

— [nome].

Ouvir sua voz rouca contra o tecido daquela máscara me trouxe de volta a realidade. Me recompus antes que pudesse perceber que tinha me afetado com tão pouco. Não podia acreditar que estava com as bochechas quentes e os bicos dos meus seios rígidos só porque ouvi ele dizer meu próprio nome.
Inaceitável!

— Como disse antes, obrigado pela gentileza de mais cedo. Mas eu realmente precisei recusar e agora, se não se importa, preciso ir para casa. — cruzei os braços contra o peito, preparada para seguir meu caminho.
Ouvi um resmungo baixo assim que passei por ele, como se desaprovasse minha atitude.

A sombra de um YakuzaOnde histórias criam vida. Descubra agora