Passo os dias seguintes editando as fotos, Tom me obrigando a sair para conhecer lugares e algumas galerias que sua família tinha alguma participação.
- Quero ir para França. - olho para Livi, que parece tão cansada quanto eu de toda edição. É tarde, umas duas da manhã e ambas estamos exaustas. Ela me olha de volta, inclinando a cabeça.
- Sentindo falta de casa? - ela ri, mas balanço a cabeça. É diferente, acho que eu PRECISO de casa. Preciso sentir que estou em um lugar que eu me sinta no controle.
- É, acho que sim. - é o que digo, pois não quero explicar. Pego meu celular e mando mensagem para Tom.
Belle: Ei, vou viajar por uns dias, mas acho que vou ficar um pouco fora, não quero que se preocupe.
Tom: Tem algo que eu possa fazer?
Belle: Seja lindo e me mande fotos suas.
Tom: *visualização única*
Oh. Ohhhhh! Perco um pouco o ar com a foto que recebo. A toalha amarrada na cintura bem baixo, mostrando apenas o suficiente para fazer meu rosto queimar e um sorriso terrível que me faz querer ir até o quarto dele agora mesmo.
- Conheço seu rosto de 'recebi uma foto safada' então me conte. - diz Livi, seu sorriso aliviado. Sei que tenho sido um fantasma a uns dias e ela estava desesperada para me levantar.
- Tom está tentando me levantar. - sorrio pra ela.
- Ele que está levantado, você é outra coisa que faz. - ela senta do meu lado e eu deito a cabeça no seu ombro. Ela olha minha tela. - Essa foto ficou incrível.
Analiso a foto que estou editando. Coloquei Harry para deitar no chão e apoiar os pés cruzados no coração e uma mão cobrindo, bem, o que não deveria aparecer. Ficou interessante.
- Sou uma boa fotógrafa. - Livi me olha rindo.
- Aí está minha melhor amiga autoconfiante. - ela me empurra de leve e rimos. Pela primeira vez em dias, me sinto mais leve. Há uma parte minha que ainda puxa para aqueles momentos, que me faz querer ouvir o áudio, que me faz querer ligar para ele. - No que está pensando?
Penso em como vocalizar tudo que estou sentindo, que palavras descreveriam essa confusão, mas não encontro nenhuma, então apenas suspiro, e sei que Livi entende bem.
- Vamos fazer essas malas e ir logo, foda-se seu itinerário corretinho e encardenado. - ela joga algumas coisas minhas pro ar, me fazendo soltar uma exclamação em forma de gritinho. Livi ri alto, pegando minhas coisas e estufando na mala, cantarolando enquanto faz isso. Acabo me rendendo, rindo e indo ajudar ela.
As malas estão prontas e bato na porta de Tom, sendo recebida por um homem sem camisa, cheiroso e sonolento.
- Eu te acordei? Me desculpe! - me afasto rapidamente, mas sua mão forte me segura, me puxando para perto.
- Não! Quer dizer, sim, eu cochilei, mas nunca que eu preferiria dormir a ter você. - ele sorri, um sorriso torto e sonolento que me derrete em todas as partes. - A que devo a honra?
- Queria vê-lo, a Livi decidiu que vamos sair agora. Tipo, agora mesmo. - ele ri, já sabendo como é quando minha melhor amiga decide algo. - E eu... queria ver você e dar um beijo acho.
Seu sorriso aumenta ainda mais. É algo que faz meu coração perder o compasso, saber que essa felicidade é sobre mim. Me lembro como era antes, como eu tinha receio de confiar em Tom, quando eu achava que amor era sobre se deixar subir apenas para cair.
- E estou aqui para satisfazê-la. - ele faz uma reverência exagerada e me puxa para seu peito novamente, aproximando nossos rostos devagar, parando a pouco mais de um suspiro. - Posso?
