Fé e segredos.

Capítulo 13

Capítulo 13.

...

estava tão dispersa em meus pensamentos conflitantes que não reparei na aproximação de arthur.

"abigail, a gente precisa conversar". declarou ele, descendo do carro.

ele pegou minha bolsa, colocou no banco de trás e abriu a porta do passageiro para mim.

ocupou o lugar do motorista, o que estranhei, pedro sempre nos acompanhava para fazer graça com a minha cara.

"cadê o pedro?". interroguei preocupada.

"tá esperando a gente em casa com a vanda". ele esclareceu.

"arthur eu acabei de descobrir que tenho uma irmã gêmea". com medo de que ele me achasse louca, virei o rosto para não ver sua expressão.

"já sabia abigail". arregalei os olhos. "mas como você soube?".

"como você soube?". devolvi a pergunta.

"daqui a pouco você vai entender, agora eu preciso saber como essa informação chegou até você sendo que eu paguei bem quem tá junto comigo nessa investigação para não contar a ninguém".

"o marido dela, um criminoso que estava naquele dia do assalto quando eu tentei fugir de você, me procurou e contou tudo". "parece que meu pai recrutou o chefe dele e ele para matarem você". "você pode me explicar o que está acontecendo?".

"as coisas se resolveram bem antes do que eu planejava, hoje você vai saber a segunda motivação do casamento e se ainda quiser ficar livre, assinamos o divórcio".

ele continuou dirigindo enquanto as lágrimas desceram pelo meu rosto.

"eu não quero o divórcio!". ele tocou meu rosto enquanto por alguma razão eu simplesmente chorei.

"fica calma, eu não tô te forçando a me deixar, só estou te dando dois caminhos para escolher, mas se você decidiu ficar". eu abri a boca, prestes a dizer uma coisa que mudaria nossas vidas para sempre.

Nossa trajetória passou em minha mente como um filme.

Eu sempre esperando o pior dele, ele sempre me surpreendendo.

por mais machucado que estivesse com minhas palavras e ações, sempre me deu espaço para contar tudo a ele.

De forma gradual, com a terapia sendo associada às orações, deus foi colocando um amor inexplicável dentro de mim por ele.

"arthur, eu te amo!". ele deu uma freada brusca em frente à casa.

quando os olhos acinzentados se voltaram a mim, seu rosto estava branco como o de um fantasma.

"repete, eu acho que eu não ouvi". suas mãos estavam trêmulas de tanto nervosismo.

"eu te amo!". ele soltou o ar, se virando e fazendo menção de se aproximar para me beijar.

"também te amo abigail!". ele exclamou, embora ainda estivesse receoso.

desci do carro, esperando que fizesse o mesmo.

a iniciativa de aproximar foi minha, e foi então que o primeiro beijo aconteceu.

teve um início calmo, com ele ainda preocupado se me afastaria ou não.

Foi ficando cada vez mais intenso, até nos situarmos de que estávamos em uma garagem e que haviam pessoas nos aguardando.

"quem vai surtar quando souber que vamos levar uma verdadeira vida de casados vai ser a mônica". "ela me ajudou muito na nossa primeira briga, foi aquele resquíciozinho de luz no meio da escuridão em que eu andava". ele sorriu.