Uma garota chamada Kyra Carington de 12 anos, que perdeu seus pais aos 6 anos por uma entidade Desconhecida e é amaldiçoada desde então, a garota participa de um exame Hunter que acaba mudando sua vida, novos amigos, mais objetivos,... nova paixão e...
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~Kyra's Pov~
Minhas pálpebras estavam pesadas, eu poderia dormir a qualquer momento, enquanto minha cabeça repousava no ombro de Gon. Que espalmava sua mão acolhedora pelas minhas costas, desde que ele me encontrou apavorada no corredor que pude testemunhar a morte de um ser invisível, de sentir meu estômago se revirar em pânico, minhas células entrando em atrito excessivo. Esperávamos pacientemente por Killua, que ainda estava em sua luta, enquanto eu e Gon já estávamos com a vitória em mãos.
— Está melhor? — A voz de Gon saiu com relutância de sua boca.
Quero mentir, quero falar que estou bem, e que somente levei um susto. Mas sou incapaz de mentir para Gon, que é tão puro quanto um recém-nascido. Ele saberia se eu mentisse, saberia pelo pavor estampado em meus olhos, após ver o perigo fatal atuando na minha frente. Eu nunca conseguiria o vencer. Só basta temer aquela criaturas sanguinária. Como a vítima. A presa diante de seu predador, fraca, indefesa, assustada.
— Eu não sei. —Essa é a única coisa que tenho coragem de dizer em sua presença.
— Tudo bem eu perguntar sobre o que aconteceu? — Ele passa o braço ao redor de mim num abraço de lado acolhedor.
— Eu não sei.
Ele assentiu calmamente, e um silêncio suave se instalou naquele local.
— Foi estranho — Confesso, nos separamos do abraço, enquanto ele me ouve atentamente. — Eu...ultimamente ando vendo coisas estranhas, me sinto observada a todo momento, pesadelos constantemente, e...visitas.
— Visitas?
— De um homem chamado...William, eu acho. — Ele fica calado esperando eu prosseguir. — Ele tem aparecido repentinamente, sempre com um sorriso, um sorriso que me faz sorrir sem o meu querer. E...eu sempre soube que ele era perigoso, mas nunca demonstrou muita ameaça contra minha pessoa, que me fez, realmente, o temer. Mas...dessa vez, tudo estava diferente, ele pela primeira vez estava sério, mas depois sorriu, estava conversando com alguém a mais, alguém que eu não conseguia ver, algo que estava além do que meus olhos podem ver, como um ser invisível.
Eu respiro fundo, me ajeitando no banco.
— Ele matou o esse ser, eu fiquei confusa no início, mas...quando senti o cheiro, quando vi o sangue escorrendo pelas suas mãos. Eu, pela primeira vez, o temi mais do que todas as outras vezes que o encontrei. Talvez porque senti sua sede de sangue direcionada para tudo naquele momento, inclusive para mim. Aquilo me assustou. Eu não sabia o que fazer, só sabia que tinha sair dali o mais rápido possível, mas eu não consegui, eu fiquei imóvel, paralisada. Que bom que você apareceu, Gon. Eu estava desesperada.
Gon não falou nada, sendo compreensível e calmo diante o desabafo da amiga.
— Eu sinto muito, Kyra. — Ele disse, e a porta ao lado do banco se abre automaticamente. E o garoto de cabelos platinados sai.
