É o suficiente

87 11 0
                                    

N/A: Ambientado vários meses após os eventos de Cloak of Courage.

.

"Você precisa relaxar," Severus sibilou, um sussurro sibilante por entre os dentes cerrados. Ela olhou para ele, seus olhos nublados.

"Estou tentando, não é... você sabe. Você sabe," Hermione insistiu, suas mãos tremendo enquanto ela agarrava as costas da cadeira com força. Os limites de sua visão estavam ficando turvos... vermelhos... a névoa crescia...

Ela conseguia evitar responder. Na maioria das ocasiões. Quando as emoções estavam altas, no entanto...

Já fazia algum tempo que suas emoções não estavam tão altas.

Ela não percebeu que Severus havia se aproximado dela até sentir a mão dele segurando seu queixo. Com um ruído irritado, ele virou o rosto dela para ele. Fogo negro, seus olhos eram como um fogo negro... vermelho...

"Controle, Hermione. Você tem que aprender."

"Eu sei. Eu posso, só preciso... é difícil, Severus. A placa-"

"Maldita coisa inútil-"

"-Dumbledore tem boas intenções, mas é-"

"Bárbaro, contra-"

"Sim," Hermione suspirou, fechando os olhos com força. Ela ainda podia sentir os nomes gravados nas pontas dos dedos, nomes daqueles que fizeram o maior sacrifício na guerra. Os pais de Harry. Seus próprios pais. Rony. E tantos mais, alguns que ela conhecia, outros que ela nunca conheceu. Como sempre, pensamentos sobre a guerra trouxeram outras memórias à tona - Severus se contorcendo com as maldições lançadas contra ele por Voldemort, Harry caindo no chão com o ataque de Viktor, o grito de Draco quando a lâmina de Severus perfurou ossos e tendões... ela ainda podia sentir aquela nuvem verde oleosa entrando nela, envolvendo-a, até ser forçada a recuar pela névoa vermelha. Uma batalha, pelo controle, sobre ela – e ela ficou, no meio, impotente...

"Pare com isso, Hermione." Frio, monótono, sem emoção. Ele costumava fazer isso, embora ela percebesse por que às vezes ainda cortava. Ela sabia que ele a amava, mas ele disse essas palavras poucas vezes. Mas a voz alcançou o seu propósito. Cortou as memórias e as pontas cortadas caíram, dissipando-se como gavinhas de neblina ao sol do meio da manhã. Ela respirou fundo. "Controle essas emoções. Ele permanece, esperando-"

"Eu sei-"

"Então faça algo a respeito!" Sua voz estalou como um chicote. Ela olhou para ele, para suas feições duras, a raiva gravada em cada linha de seu rosto... e uma raiva em resposta se formou dentro dela. Ele teve anos para aprender a ter controle, décadas, e agora ele se levanta, apenas alguns meses depois de sua ligação com o Chamado, e a crítica por sua própria falta de controle? A tristeza mudou para raiva num piscar de olhos.

A névoa vermelha cresceu, expandiu...

Com um grunhido, ela atacou, seu punho atingindo seu ombro enquanto ele se movia para o lado. Com os reflexos aprimorados durante anos de espionagem, ele agarrou o braço dela e a girou, prendendo-a contra a cadeira. Ela lutou por um momento, o encosto da cadeira fortemente contra a parte superior das coxas, os ossos do quadril dele contra suas costas.

E a névoa cresceu... e mudou... seu coração começou a bater forte, ecoando, e ela mordeu o lábio. Mais uma vez, ele gerou outra emoção que poderia alimentar o Chamado. Sempre, sempre assim – como ele sabe? Como... Merlin!

Ela engasgou quando a mão dele – a mão que ainda não segurava seu braço – começou a subir por seu abdômen, lentamente. Suas vestes se amontoaram quando os dedos dele serpentearam pela abertura frontal, a pele quente percorrendo sua barriga, passando por seus seios. Suas costas arquearam e ela se virou, tentando colocar a mão em contato com alguma coisa. Ele riu e se afastou.

Cloak Of Courage | SevmioneWhere stories live. Discover now