Cap 8 - Tacos do Half

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Marília Mendonça:

— Já possui algo em mente? — Pergunta Almira Pereira, esposa do Marco que acabei de conhecer. É uma mulher elegante e muito, muito bela. Assim que Marco me apresentou a ela, o olhar da morena para mim foi avaliador e meticuloso, por fim, sorriu fracamente e apertou minha mão com força. 

— Quero algo que transmita paz, aconchego e limpeza. — Responde o comprador, olhando para a morena em sua frente, encantado. Pela visão periférica, posso ver Marco o fuzilar com os olhos, claramente irritado com o homem que não para de admirar sua esposa. 

Há muitas semelhanças entre ela e as filhas, porém, Maraisa e a irmã saíram uma incrível mistura dos pais, tirando o menino César, que é a fuça do Marco. Maraisa está de pé, parada e concentrada em tudo que é falado na reunião, principalmente em sua mãe. 

Meu plano de me afastar da garota foi por água abaixo quando descobri que, além de ela trabalhar aqui de hoje em diante, estará na minha equipe. Porém, já trabalhei com mulheres que já tive casos antes e não foi problema manter o profissionalismo. 

— Disse que as janelas estarão viradas para o Oeste, sim? — Interrompe Maraisa. O homem desperta do rosto de Almira e agora está concentrado no de Maraisa, ele parece ficar ainda mais admirado. Eu o entendo, realmente entendo.

— A maioria das janelas, sim. Por quê? 

— Poderíamos instalar placas solares viradas para o Oeste. Como as janelas serão panorâmicas e pegarão a maior incidência de luz solar do dia, não precisarão ligar as luzes na maior parte dos cômodos do prédio. As placas solares dariam conta de abastecer metade ou mais da metade da energia do prédio durante a noite. Isso economizaria bastante na conta de luz, além de valorizar ainda mais o imóvel caso pense em vendê-lo no futuro. — Ela diz, debruçada sobre a mesa e desenhando sua ideia em uma papel. Quando acaba, entrega ao homem, que sorri de imediato. 

— Não sei como não havia pensado em painéis solares antes. — Murmura Almira. — Muito bem, senhorita Pereira. — Maraisa sorri tímida e volta para sua posição inicial escorada na parede de poucos minutos atrás. 

— Eu gostei, coloque isso no projeto.  

•••

Assim que termino de responder o último e-mail e aperto a tecla de enviar, meu relógio apita, avisando que bateu meio dia. Sinto meu estômago roncar sutilmente, doendo de fome. Não comi nada desde ontem a noite, não tive muito tempo para comer essa manhã e Maraisa fez questão de esfregar seus bolinhos de chocolate no meu rosto, ainda puta por eu ter criticado seu péssimo gosto para sucos. 

Tiro o terninho, ficando apenas com o colete. Está calor e esqueci de pedir para que Yumi fizesse alguma reserva em algum restaurante próximo, o jeito é sair para comer fora. Há um restaurante no prédio, mas soube que ele lota de gente e o almoço para mim é sagrado, não gosto de comer em meio muitas pessoas. 

— Pode ir almoçar, Yumi. — Digo ao passar pela mulher baixinha e de cabelos tão negros quanto seus olhos, que sorri e assente com a cabeça. 

— Já estou indo, senhorita Mendonça. — Ela diz para mim, mas rapidamente volta seus olhos para a tela do computador de sua mesa. Ela parece bem concentrada em algo ali, mas não me instigo a descobrir o que é. 

Passo pelo corredor entre inúmeros cubículos, de onde vários trabalhadores estão se levantando para irem almoçar. Aperto o botão do elevador privado, que demora um pouco a chegar no penúltimo andar. Assim que as portas se abrem e eu entro, vejo a morena caminhando em minha direção, com seus olhos grudados no celular e seus dedos velozes ao digitar algo. Seguro a porta do elevador até que ela chegue, mas assim que seus olhos finalmente se chocam com os meus, parece ficar em dúvida se entrará ou não. 

My Father's Partner - Malila | Gp Onde histórias criam vida. Descubra agora