Entre a Vida e a Morte.

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Pov's Autora:

Quando a consciência retornou, foi como emergir de um abismo de agonia. Cada respiração era um desafio, cada batida do coração uma sinfonia de tormento. Seu corpo clamava por alívio, enquanto a dor dilacerava sua alma frágil e vulnerável.

Os olhos verdes que sempre tiveram um brilho especial, agora estavam opacos, sem vida e perdidos.

Os sons distantes de vozes pairavam ao seu redor, indistintos e irreconhecíveis. Ela tentou chamar por ajuda, mas as palavras se perdiam em um gemido abafado pela agonia. Uma mão gentil segurou a dela, transmitindo uma sensação de conforto em meio ao turbilhão de sofrimento.

Camila segurava a mão da mais nova na esperança de que aquele toque lhe desse mais um fio de vida e forças para lutar e não se deixar mergulhar no abismo que parecia cada vez mais próximo.

Cada feixe de luz era uma promessa de esperança em meio ao abismo da desesperança. Lauren lutou para manter os olhos abertos, para não sucumbir à escuridão que ameaçava consumi-la.

O som crescente de sirenes cortou o ar, anunciando a chegada dos salvadores em meio à escuridão. Suas vozes ressoavam com autoridade e urgência, uma sinfonia de determinação em meio ao caos. Com mãos hábeis e olhos cheios de compaixão, eles se aproximaram, prontos para enfrentar o desafio diante deles.

Tudo parecia estar acontecendo em câmera lenta diante dos olhos da latina que, agora um pouco mais distante do corpo ensanguentado, tinha os olhos inundados em lágrimas incontidas, um aperto como se milhões de adagas estivessem entrando em seu coração. Ela não estava suportando o peso da culpa que agora recaía em seus ombros, uma culpa maldosa, sufocante que lhe tirava o ar. 

Ver Lauren ali lhe causava uma dor avassaladora, insuportável e a ideia de perder a única pessoa que chegou a amar a consumia lenta e dolorosamente.

Lauren foi erguida com cuidado, envolvida em um casulo de segurança em meio ao turbilhão de incertezas. A ambulância rugiu à vida, cortando as ruas com sua urgência implacável. Enquanto o veículo se afastava, Lauren se agarrou à frágil promessa de um novo amanhecer, determinada a não deixar a escuridão reinar.

Camila não teve ação por longos minutos, vendo a ambulância se afastar, enquanto a neve agora caía com maior intensidade, trazendo com ela um frio quase que sombrio.

A latina então se levantou do chão, correndo para seu carro e seguindo a ambulância.

-Deus, não leve ela.....por favor. Agora não é hora, não ouse levá-la...

A voz da latina saia sussurrada dentro do Mercedes branco em uma súplica.

O hospital se erguia como uma fortaleza diante dos olhos da latina que chegava logo atrás da ambulância. Suas janelas brilhando com a promessa de cura e esperança.

 Lauren foi recebida por uma equipe de médicos e enfermeiros, cujas expressões sérias ecoavam a gravidade de sua condição. Ela foi levada às pressas para a sala de operações, onde a batalha pela sua vida começaria.

O brilho cru dos holofotes iluminava o ambiente estéril, destacando os rostos concentrados da equipe cirúrgica.


PerdonameWhere stories live. Discover now