Contos de Novas Vidas

Nicolly Arunna

    Ela era a mais bela garota de São Paulo, aos 18 anos já morava sozinha em um casebre daquela cidade.
   No passado Nicolly se envolvera com um homem que lhe engravidou, ela achava que sua vida era perfeita e que ele lhe amava muito, mas tudo não passou de uma farsa.
   Ao descobrir que a jovem estava esperando um filho, Luan decidiu sumir da sua vida como uma fumaça. Sem ter onde ficar e nem mesmo saber como criar um filho, a jovem teve que voltar para a casa dos pais no interior.
   Mas então ao saber que a filha estava grávida, o pai, como um malfeitor sem coração expulsou ela da sua casa. Nicolly saiu desorientada e com o seu coração ferido. Ser expulsa pelo o próprio pai fez um terrível ódio ser criado em seu coração.
   Ela passou dias nas ruas pegando chuva, sol, passando fome e frio. Porém um dia sua sorte mudara, ou quer dizer, ela pensava que mudara. Ela dormia no chão debaixo de uma cobertura de loja naquela noite chuvosa, foi então que ela sentiu uma mão acariciar seus cabelos loiros. Ela olhou e viu um homem.
   Já devia imaginar que ele não prestava ou talvez pudesse ser um simples homem que queria abusar dela. Ele trajava roupas de malandro, uma blusa que ia até o joelho apesar dele ser já grande. O chapéu virado para trás, um brinco de cada lado da orelha e o corpo totalmente tatuado.

__ Quem é você?.__ Ela perguntou.

__ Oi princesa, você está perdida?.__ Ele também perguntou.

__ Me deixa em paz por favor.__ Nicolly falou assustada.

__ Quer vim comigo? Lá em casa você estará protegida.__ O homem perguntou.

__ Eu só quero que você me deixe em paz.__ Ela pediu novamente.

   O homem levantou de perto de Nicolly, olhou em seus olhos acrescentando em seguida.

__ Lá tem comida. Se você tem medo das escolhas, você nunca vai saber se eu quero o seu mal ou se quero apenas te ajudar.

   O homem caminhou mais além esperando o sinal de trânsito abrir, e quando enfim a luz verde dos pedestres acendeu ele atravessou para o outro lado.
Nicolly observou que o homem ia em direção à um prédio que ficava do outro lado, ele poderia estar dizendo a verdade, talvez só queria ajudá-la e quando enfim ela se decidiu ele já ia um pouquinho longe, então a jovem se levantou e gritou para o desconhecido:

__ Ei, me espera. Vou com você.

   Ela saiu correndo desesperada, não viu que um carro vinha em sua direção lhe atropelando.
    Uma luz forte penetrou em seus olhos e ela se viu em um campo gramado, um lugar mais lindo que ela já viu em toda sua vida.
  Ela viu crianças e animais selvagens que brincavam juntos, o ar era tão bom de se respirar que ela queria ficar ali para sempre. Mas então ela escutou uma voz atrás dela que falava docemente.

__ Você não pode ficar.

   Nicolly olhou e viu algo, talvez um ser brilhante que não deixava ela ver seu rosto.

__ O que você disse?.__ Ela perguntou.

__ Você ainda não pode ficar. Sua missão é salvar as pessoas que ainda vai precisar de você e quando sua missão terminar você poderá então voltar.

   A luz entrou novamente em seus olhos e ela acordou no hospital. A enfermeira que passava por ali se assustou ao ver ela acordada.

__ Finalmente você acordou garota. Qual é o seu nome?

__ Nicolly Arunna.

__ Nós pensávamos que você não ia mais acordar. __ Falou a enfermeira.

__ Como assim?

__ Já tem dois anos que você não acordava.

   A jovem tomou um susto, não passara nem duas horas sonhando quem dirá dois anos dormindo.

__ Não pode ser. E nenhuma da minha família veio me ver ou sabe de mim?__ Ela perguntou.

__ O único que sempre vem aqui ver você é o Senhor Pedro. Foi ele quem chamou a ambulância quando você foi atropelada há dois anos atrás.

   Nicolly lembrou que antes mesmo de ser atropelada ela conhecera Pedro, o homem que provavelmente só queria ajudar ela.
  Foi assim que ela e Pedro Gomes se conheceram.

   Nota: Você será um canal para que Deus possa lhe usar.
 

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