A mãe Inácia

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   Em uma cidadezinha lá para os confins do mundo morava uma mulher que todos chamavam de mãe Inácia.
    Ela era assim conhecida por mexer com macumba, fazia rituais e até mesmo bruxaria. Ninguém ousava dar uma de doido para cima dela, pois cada vez que um sujeito pedia a sua ajuda e não pagava, ou até mesmo se ela não fosse com a cara do sujeito, podia ter a absoluta certeza que na manhã seguinte o indivíduo não acordava.
    Numa manhã de sábado, quando o sol já estava bem quente de rachar o quengo, a nossa querida protagonista Nicolly Arunna chegou naquela cidade. Sua prima morava lá e se encontrava totalmente doente.
   Por uma infeliz coincidência a casa da macumbeira era na frente da casa de Alana a prima de Nicolly. Com a ajuda da prima, Alana se recuperou ainda mais rápido e ainda bem, porque Nicolly não poderia ficar muito tempo longe de casa, tinha também o seu marido o qual era muito feliz ao lado dele. Ela iria na manhã seguinte.
     Naquela tarde antes mesmo das 18:30, as duas saíram para comprar comida e nesse meio tempo, andando pela a rua as duas viram que a mãe Inácia vinha em sua direção.
   Ela não se importava em mostrar sua aparecia, uma mulher negra com o olhar frio, vestia-se com um longo vestido branco, tendo no pescoço muitos enfeites como cordões e correntes, na cabeça um turbante branco que escondia os cabelos grisalhos.
    Nicolly sentiu algo no coração, algo que devia falar para aquela mulher mesmo sem a conhecer, seguiu em sua direção e chamou-a.

  __ Com licença. Poderia falar com você?

   Alana corou, ela não tinha contado nada sobre a mulher para a prima. A mulher estranha pareceu não gostar, mas resolveu esperar para ver o que a jovem ia lhe dizer.

  __ O que é que você quer?.__ A mulher falou com fúria nos olhos.

  __ O meu Deus me diz que chegou a hora de você parar, caso você continuar você vai passar um momento de terror.

   A mulher sorriu sarcasticamente e fixou o olhar tão feroz em Nicolly que Alana jurou que a prima ia receber um terrível soco daquela mulher.

  __ Eu não preciso do seu Deus, garota. Você verá agora quem tem poder maior.

   A mulher ameaçou a jovem e saiu furiosa. Alana estava branca como um papel.

  __ Você é louca Nicolly, ninguém mexe com a macumbeira. Ela sempre mata as pessoas e você estar correndo risco agora.

  __ Eu não me preocupo prima, quem está comigo é maior que tudo. Eu só obedeci e falei o que meu Deus mandou eu fazer.

   As duas continuaram suas caminhadas, Alana com terror nos olhos e Nicolly despreocupada.
    Lá para as 19:00h  da noite, a mãe Inácia se dirigia para o interior de uma floresta macabra e cerrada levando consigo, uma lanterna para iluminar o caminho, uma galinha preta e duas coisas de Nicolly que sabe-se lá como ela conseguiu. Um era o seu nome completo escrito em tinta vermelha e outra era uma peça de roupa da garota.
    Estando agora no interior da mata, ela jogou a roupa da jovem e rasgou o papel com o nome completo da jovem, cortou a cabeça da galinha derramando seu sangue sobre as coisas.
    Meteu a mão no bolso e tirou um punhado de sal grosso jogando em cima e quando enfim a luz atingiu o centro do céu naquele espaço, a mulher pegou a faca e rasgou o próprio pulso.

   __ Te dou meu sangue e em troca apareça para eliminar a quem eu te mando, oh Vorks.

   Uma fumaça negra saiu do chão tomando o espaço, a macumbeira viu diante de si um ser que vestia-se com uma longa capa preta e não possuía rosto, apenas dois olhos como duas pedras de fogo.

  __ Leve ela.__ A macumbeira pediu.

    O mostro saiu em direção onde Nicolly se encontrava e a mãe Inácia voltou para sua casa. A caminhada foi um tanto longe, assim como foi até chegar na floresta, mas quando enfim chegou em casa e abriu a porta ela se deparou com algo terrível todo encolhido no canto da casa.
   Por um instante ela se assustou, mas conheceu ele. A criatura que ela acabara de invocar estava completamente assustado e ele parecia chorar.
   A mãe Inácia nunca tinha visto algo assim, todas as vezes que ela já havia invocado a espécie ele não ficava por aquele mundo mortal. A criatura, então levantou o dedo de osso para ela e esta foi a primeira vez que a macumbeira ouviu a sua voz. Uma mistura de fanhosa com robótica surgiu da boca oculta do ser.

  __ Ele quase me destruiu por sua causa, não posso com ele, mas com você eu posso.

   A criatura passou o dedo no chão e um buraco negro com fogos e cheiro de podridão surgiu. A mulher tentou correr, mas a criatura, como uma atração magnética puxava a mulher, ela se segurava em algo firmado no chão para não ser sugada .

   __ Socorro, não me leve. Socorro, socorro.

   A mulher nunca sentiu tamanho medo em toda a sua vida e por um instante achou mesmo que era o seu fim, mas viu surgir entre ela e o ser, a garota que ela queria exterminar.

   __ Você não vai levar essa pessoa.

   Uma luz vinda de Nicolly fez o ser entrar pelo o buraco e desaparecer. A mulher caiu no chão chorando.

  __ Obrigado.

  __ Eu pedi para você não continuar. __ Falou Nicolly.

  __ Eu prometo sair dessa vida do mal. Eu quero que o seu Deus seja o meu Deus também. Será que ele me aceita?

  __ Claro que sim. É você que vai salvar as pessoas dessa cidade porque todos precisam do Senhor Jesus.

     Desde aquele dia, a mãe Inácia deixou de fazer o mal e começou a seguir Jesus, assim como Nicolly falara a ex-macumbeira salvou muitas pessoas naquela cidade, inclusive Alana a prima de Nicolly Arunna.

  Nota: As vezes pagamos o pior que possa nos acontecer para ganharmos o prêmio da vitória depois.

***

   Se você gostou deste capítulo, poderia me ajudar dando uma curtida e um comentário por favor??

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⏰ Last updated: May 06 ⏰

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