O menino das ruas

5 0 0
                                    

    UM ANO ANTES

   Renan Motta é apenas um garoto de dez anos de idade, Sempre foi o filho único de Gilberto e Marina Motta.
    O menino abriu a porta com violência ao chegar em casa, mas antes mesmo de correr para o seu quarto a mãe o-segurou pelo o braço forçando-o a sentar no sofá da sala.

   __ Vamos ter uma conversinha agora garoto.__ Falou a mãe meio brava.

  __ Eu não estou afim de conversar mãe.

  __ Você acha bonito o que você fez?

   Renan virou de lado de modo que não queria olhar para a mãe.

  __ Responda Renan.

  __ Qual é mãe, é só um menino pobre. Quer dizer um mendigo.

  __ Amanhã nós vamos voltar lá é você vai pedir desculpas para ele viu?

   Gilberto entrou na sala escutando toda a conversa dos dois.

  __ O que houve?__ Perguntou o pai curioso.

  __ Conta para ele Renan.

  __ Conta você mãe.

  __ Um menino de rua me pediu dinheiro e o Renan maltratou o garoto super mal.

  __ Olha aqui .__ Começou o pai.__ Isso não se faz Renan. Se ponha no lugar dele e imagina como você se sentiria se você fosse ele.

  __ Eu? Eu nunca vou ser um mendigo.

* * *

  ANO ATUAL

  Agora chorando e deitado em um chão gelado com uma chuva forte, Renan está lembrando perfeitamente o que dizia para a mãe naquela noite fria de inverno no ano anterior.
   Seus pais morreram no final de Dezembro e sem ter parentes, Renan convive nas ruas tal qual o garoto que ele humilhara outrora.
   O frio era tão grande que Renan se tremia bastante. Mais cedo antes da chuva cair ele vasculhara o lixo de uma residência, agora voltara para a frente da padaria que era onde dormia. Havia encontrado um pão velho, uma caixa de leite azedo e um pedaço espelho que quase arranca seu dedo.
   Agora olhando seu rosto sofrido no caco de espelho o garoto não se conhecia mais. Tinha hematoma no rosto e no pescoço por causa da violência que sofria diariamente. O lindo menino que era antes, agora não passava de uma criança descuidada.

  __ Oh meu Deus, me ajuda.

  Já fazia quase um ano que o menino estava nessas condições, a dor da fome e da violência era tão grande que o menino já tentara se suicidar várias vezes, mas felizmente nunca deu certo.
   A chuva havia cessado, mas o frio ainda era tanto que parecia que os ossos da sua  coluna iam partir. Renan havia se encolhido o máximo que podia para evitar aquele frio, quem sabe depois que dormisse não ia sentir a dor agonizante.
   Porém, ainda pior que a dor nas costas foi o grupinho de maluquinhos que avistaram o garoto e para fazer o mal lhe chutaram com toda as forças.
    Felizmente aqueles moleques foram embora, mas agora além da dor nos ossos, causada pelo o frio, Renan se contorcia de dor dos chutes daqueles meninos malvados.
     Foi um tanto difícil aquela noite para o menino, mas o dia chegou novamente. Renan ouviu o sino da torre do relógio bater seis vezes, isso queria dizer que era seis horas. A dor dos chutes ainda estava pior que antes, o menininho já não aguentava mais de dores, foi por isso que ele resolveu voltar noivo para poder ver se encontrava alguma pílula para dor, na verdade qualquer pílula, ele não sabia qual era para dores, ele só queria que aquela dor passasse, mas infelizmente não encontrou nenhuma pílula, apenas um pequeno frasco  com uma caveira estampada no papel.

  __ Veneno.

   Renan olhava fixamente o frasco, por que não? Por que não acabar de uma vez com sua vida e deixar de sofrer? Ele então destampou o frasco.
  
   Em algum lugar do Brasil,  Nicolly Arunna acabara de escovar os dentes. Estava pronta para ir para seu trabalho,  mas ao abrir a porta do banheiro ela não viu a parte de sua casa, ela estava nas ruas, mais precisamente ao lado de Renan que tomou um susto ao vê-la.

  __ De onde você veio?.__ Ele perguntou.

   A jovem viu que o menino estava com o frasco de veneno na mão. Ela sabia o que ele ia fazer.

   __ Meu nome é Nicolly, vamos conversar um pouquinho? Mas me dê este veneno aqui.

  __ Não moça. Você pode até ser um anjo enviado por Deus para impedir que eu toma isso, mas você não conhece minha vida.__ O menino falou.

  __ Estou esperando você me contar para que eu possa ajudar você. __ Nicolly falou por fim.

   Renan entregou o frasco para ela e esta guardou no bolso de sua roupa, não poderia jogar ali, pois o menino poderia pegar novamente.
   Um barulho de porta sendo levantada surgiu, Seu Antônio acabara de abrir a padaria.

  __ Buen día. Voucês Von Quirer pãon?

   O Padeiro espanhol tentava falar em português o melhor que podia.

  __ *Si, solo espérame un ratito mientras convenzo a este chico.__ Nicolly falou perfeitamente Espanhol.

   O homem entrou para a padaria enquanto a jovem ficou ali fora com o menino.

  __ Você está com fome?

  __ Sim. __ Ele respondeu.

  __ Vamos entrar.

   Os dois entraram no estabelecimento,  era a primeira vez que Renan entrara ali desde então. Não era apenas uma padaria como ele pensava, era como um pequeno restaurante.  Tinha mesa e cadeiras,  os dois sentaram no banquinho que ficava perto do balcão de entrega.
    Renan viu quando uma senhora de quase cinquenta anos a chegou e sentou ao seu lado pedindo para o dono um sanduíche e um café bem forte sem açúcar, mas ele não se importou com a presença dela.

  __ Voucês?

  __ * Para mí solo tráeme un café y para el chico un jugo de naranja y un sándwich bien grande.

  Assim que o homem saiu para a cozinha, Renan contou toda a sua história nem se importando se a senhora que estava lendo um jornal escutava ou não.
   A dor dos chutes ainda doía, mas ele até havia esquecido no tempo em que conversou com Nicolly Arunna.
   Depois de comer tudo, a senhora chegou com os dois se apresentando.

  __ Me desculpe, ouvi toda a sua história. Você gostaria de vim morar comigo?

  __ Morar com você?.__ Renan ficou atônito.

  __ Sim. Eu não posso ter filhos,  adotei um menininho ultimamente, mas sempre cabe mais um. Não ia conseguir dormir a noite sabendo da violência que você diz que passou na rua.

  __ E então Renan? Eu não posso adotar você, mas esta senhora pode.__ Falou Nicolly.

  __ Então rapazinho ?

  __ Sim. Eu quero.

     Foi o dia mais feliz da vida de Renan, Nicolly Arunna acompanhou os dois até a metade do caminho até desaparecer e regressar para sua casa.
   A mulher que se chamava Fiorella adentrou a casa com o novo integrante.

  __ Eu morava sozinha até adotar o José. Quer conhecer ele Renan?

  __ Sim.

  __ Zezinho vem aqui. __ A Senhora chamou.

   O menino surgiu e este fez o coração de Renan acelerar, quem diria hem? José, agora seu irmão de doação era o mesmo garoto o qual Renan humilhara no passado.
   Sem exitar, Renan Motta saiu correndo em direção ao menino lhe dando um forte abraço e pedindo-lhe perdão.
   José tinha sua idade e de fato nem sabia o porquê Renan pedia o seu perdão e então Renan Motta contou tudo desde o início.

Nota: As vezes devemos cultivar o que plantamos, porisso plantamos o bem para côlher o melhor no futuro

***

Tradução

* Si, solo espérame un ratito mientras convenzo a este chico.

  Sim, Só me espera um pouquinho enquanto convenço este garoto.

* Para mí solo tráeme un café y para el chico un jugo de naranja y un sándwich bien grande.

   Para mim traga-me apenas um café e para o menino um suco de laranja e um sanduíche bem grande

  ***

Se você gostou deste capítulo, poderia me ajudar dando uma curtida e um comentário por favor??

Contos de Novas Vidas Where stories live. Discover now