𝐆𝐨𝐝'𝐬 𝐆𝐚𝐦𝐞

𝟶𝟽|𝙷𝚎, 𝙷𝚎, 𝙷𝚎

"Como você permitiu que tal coisa acontecesse?", O rei interrogou Ser Harrold enquanto olhava para seus dois filhos.

Viserys, Alicent, Otto e todas as crianças eram as únicas pessoas na sala de Driftmark até agora, enquanto os Servos reuniam todos os outros adultos.

"Quem estava de guarda?", perguntou Viserys.

"O jovem príncipe e a princesa foram atacados por seus próprios primos, Vossa Graça", Ser Harrold tentou justificar a si mesmo e às ações de seus cavaleiros como Lorde Comandante da Guarda Real.

"Você jurou proteger e defender meu sangue!", cuspiu Viserys.

"Lamento muito, Vossa Graça. A Guarda Real nunca teve que defender príncipes de príncipes, Vossa Graça-"

"Isso não é uma resposta!", interrompeu Viserys, elevando a voz para o homem.

Alicent permanecia com a mão na boca, os olhos piscando, observando seus dois filhos sendo atendidos pelos Meistres.

Seus dois preciosos filhos.

Aemond franzindo a testa enquanto o Meistre terminava seu olho e Aemma com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto o Meistre começava a envolver suas mãos depois de terminar de costurá-las.

Os olhos da rainha notaram, no entanto, que Aemond havia estendido a mão e estava segurando o ombro de Aemma, para conforto de ambos.

"As mãos dela ficarão bem?", Alicent perguntou ao Meistre que estava ajudando Aemma enquanto ele se levantava, terminando com as mãos dela.

"Elas vão cicatrizar com o tempo, inicialmente pode parecer estranho segurar as coisas e elas vão cicatrizar, Minha Rainha", informou o Meistre, curvando-se antes de sair.

Olhando de volta para Aemond após a confirmação da condição de sua flor, Alicent então fez uma pergunta.

"Vai cicatrizar, não vai, Meistre?", ela perguntou, preocupada ao olhar para todos os pontos na lateral do rosto de seu garoto perfeito.

"A carne vai cicatrizar. Mas o olho está perdido, Vossa Graça", respondeu o Meistre, Alicent respirou fundo diante da resposta.

Assentindo levemente para tentar se acalmar enquanto milhões de pensamentos a atormentavam, Alicent então tentou se concentrar ao se virar para Aegon parado ao lado.

"Onde você estava?", ela questionou quase desesperadamente, querendo saber onde seu filho mais velho estava enquanto seus mais jovens sofriam.

Era algo não dito entre a família que Aemond e Aemma eram os favoritos de Alicent.

Ela não se orgulhava disso, que mãe se orgulharia? Favorecer dois de seus filhos em detrimento dos outros.

É apenas que Aegon cresceu para ser alguém do qual ela não se orgulhava, Alicent não sabia como um bebê tão doce se tornou um homem tão estranho, desonrado.

E sua doce Helaena, ela a amava, apenas não tinha aquela conexão com ela, nem com Helaena, nem com Aegon, que parecia ter com Aemond e Aemma.

Aemond e Aemma eram apenas dela, feitos não para o trono ou para casar o mais rápido possível para continuar a linhagem. Eles nasceram sem expectativas para o reino.

Nascidos apenas para serem dela! Não para manter o reino.

Percebendo o comportamento sonolento de Aegon por todas as taças de vinho que ele havia tomado, Alicent o atingiu, esperançosa de que isso lhe trouxesse alguma lucidez.

"Ai! Por que fez isso?", reclamou Aegon, sua cabeça latejava com uma dor de cabeça pelo tapa e pela ressaca.

"Isso foi nada comparado ao abuso que seu irmão e sua irmã sofreram enquanto você se afogava nas suas taças, tolo!", Alicent sussurrou para ele em um grito.

Agora percebendo os olhares que o resto das pessoas na sala estavam lhe dando pela ação chocante da Rainha ao bater em seu filho mais velho.

Assim que a sala começou a ficar silenciosa, a porta no andar de cima se abriu quando Lord Corlys e a Princesa Rhaenys desceram apressados e foram direto para seus netos Baela e Rhaena.

"Qual o significado disso?", Lord Corlys perguntou em voz alta, principalmente para Viserys.

Ele não obteve sua resposta, pois então as portas principais da sala de Driftmark se abriram apressadamente quando uma Rhaenyra meio vestida entrou, olhando ao redor selvagemente.

Ao avistar seus dois meninos de cabelos castanhos e correndo direto para eles. "Jace! Luce!", ela se ajoelhou diante de seus filhos e os examinou.

Os olhos da sala se arregalaram quando, em seguida, Daemon, também meio vestido, entrou atrás dela, não parecendo se preocupar muito com seus filhos, enquanto se encostava na parede.

"Mostrem-me. Mostrem-me", ela tirou as mãos de Luces do nariz, revelando um nariz quebrado e ensanguentado. "Quem fez isso?"

"Eles nos atacaram!", Aemond falou alto, tentando colocar o lado dele na história antes que aqueles dois meninos pudessem distorcer os fatos.

Mesmo com a tenra idade que tinha, sabia que seu pai amava mais Rhaenyra do que seus outros filhos e que sempre fecharia os olhos para as travessuras dos filhos dela.

"Ele atacou a Baela!"

"Ele quebrou o nariz do Luke!"

"Chega", Viserys murmurou com o barulho.

"Ele roubou o dragão da minha mãe!"

"Ia matar o Jace! Eu não fiz nada!"

Era tudo 'Ele, Ele, Ele', todos eles tentando colocar a culpa total em Aemond, que se sentou de volta na cadeira, segurando a mão de sua mãe, faltando um de seus olhos.

Como se eles não tivessem o atacado primeiro,Aemma e Aemond não teriam atacado seus sobrinhos e primos.

Foram os quatro que iniciaram qualquer tipo de violência, Aemma tentando ajudar Aemond e Aemond tentando proteger e defender Aemma.

Jace, Luce, Baela e Rhaena queriam machucá-los, queriam vê-los sofrer. Tudo por causa de um dragão, porque Vhagar escolheu Aemond.

Não se pode roubar um dragão; é uma conexão, e se eles não pudessem perceber isso, talvez não devessem ter dragões.

"Chega", ele rosnou um pouco mais alto ao tentar se concentrar no que estava acontecendo.

"Deveria ser meu filho contando a história!" Alicent argumentou, segurando a mão de Aemond e apoiando a mão no ombro de Aemma.

"Silêncio!", Viserys então gritou, respirando fundo enquanto cortava todos eles de falar mais alguma coisa.

A sala ficou em silêncio enquanto todos o observavam com a respiração presa, seu rei.