001

188 18 0
                                    






A loira não ouvia direito, um apito agudo em seus ouvidos enquanto via a boca da mulher se mover rapidamente.

Não conseguia entender. Estava tudo muito confuso.

— corra pra longe.

Foi tudo que entendeu antes de ser empurrada em direção a floresta. Ao longe ela viu os guerreiros se aproximando com espadas e arcos, alguns com tochas.

Perigo.

Sua mente gritava, tentando se orientar e se mover. Quando ela ouviu um grito, seu corpo pareceu ativar. Ela viu o fogo tomando conta da casa, os gritos vinham de dentro. Elas ainda estavam lá. Uma lágrima desceu pelo rosto dela e ela virou as costas, correndo pra dentro da floresta com a espada firme na mão.

Não podia ceder.

Precisava ser forte.

Precisava sobreviver.

Sobreviver pra vingar sua família.

Sua aldeia.

E ela iria.





— os batedores voltaram — Indra falou assim que Ulrika saiu do quarto.

A loira ainda estava desorientada pelo sono, mas a olhou atenta.

— são pessoas.

— vindas do céu? Isso é possível? — ela se aproximou e se sentou na mesa, olhando pra mulher que descascava uma maçã.

— agora é. Anya vai fazer uma reunião pra decidirmos o que fazer com eles — Indra explicou.

— mas eles são perigosos? São uma ameaça?

A mulher a olhou séria.

— são invasores e devem ser punidos.

— mas não sabemos se são peri — ela se interrompeu.

Indra fincou a faca na mesa, o suficiente pra mais nova se calar e abaixar o olhar.

— sua aldeia foi dizimada por invasores.

Ela não precisava lembra-la disso, Ulrika sonhava com aquele dia todas as noites.

— não vamos esperar acontecer o mesmo conosco. Vamos atacar primeiro.

— o que ordenar senhora — a loira respondeu.

A mulher suspirou ao ouvir o "senhora". Ulrika respondia assim quando entrava no papel de guerreira.

— Ul — chamou pelo apelido e a loira levantou a cabeça pra olha-la. — estamos fazendo o melhor pro nosso povo.

— eu sei, mãe.

A mulher concordou e voltou a cortar a fruta, estendendo um pedaço pra loira, que aceitou e agradeceu.

— vá para o treino, te chamarão pra reunião.

A loira concordou e se levantou, colocando o pedaço da fruta na boca e pegando as botas e a espada, indo até a porta da cabana. Ela colocou as botas e saiu em seguida, indo até a parte em que treinavam.

— é sua vez Cruz — ela rodou a espada na mão ao adentrar o círculo, vendo o rapaz dar passos pra frente e fazer o mesmo.

— se eu conseguir atingi-la, vai sair comigo?

— se conseguir — ela desafiou e ele riu, avançando.

Ela desviou facilmente dele, batendo com o cotovelo em suas costas. Ele tentou ataca-la quando ela estava de costas, mas ela ouviu o pé dele derrapando na terra, seu cinto fazendo barulho e sua respiração entre cortando. Ela girou quando ele se aproximou, o vendo cambalear pra frente e a olhar irritado.

The White Wolf, Bellamy Blake - The 100 Where stories live. Discover now