Capítulo 1 (Editado)

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Itachi



Ela é a única mulher que já amei, a única que me fez realmente ter vontade de me prender à alguém, Sakura Haruno, a minha melhor amiga e amor de toda a minha vida e neste exato momento se tornava noiva do meu irmão mais novo, Sasuke.


Nem sei dizer exatamente quando foi que me apaixonei perdidamente por aqueles olhos cor de esmeraldas, definitivamente mais reluzentes que a própria joia. Talvez tenha sido aos meus 18 anos, ela com 14 na época, acompanhei de perto cada fase do seu crescimento, afinal nos conhecemos desde os meus 9 e seus 5 anos. A mais linda das flores, era encantadora, assustadoramente bonita e dona de uma inteligência única.


Quando completei 18 anos e finalizei meu ensino médio, ela estava no último do fundamental. Acho que foi aí que passei a reparar nela, como crescia se tornando cada vez mais encantadora e em como diferia da maioria das garotas da idade dela e até mesmo da minha, não que a diferença fosse tão grande, eram apenas quatro anos e oito meses afinal. Minha mãe que sabia da minha paixonite, pois jurei sempre de pé junto que era apenas isso, minha mãe dava força e constantemente estava tentando dar um empurrãozinho discretamente, mas na época tinha tanta coisa em mente que questões como namoro não eram muito o meu foco, por mais apaixonado que eu fosse. Tinha faculdade que acabara de começar e o estágio na empresa da família, meu pai estava me preparando para assumir seu lugar em um futuro próximo.


Não quer dizer que eu não me divertia, eu curti e muito minha vida, viajei, passeei e de alguma forma ela sempre estava comigo, sempre dava um jeito e a levava junto aos lugares que eu ia. Mas em algum lugar na minha mente tão bagunçada, ela estava sempre presente, sempre brilhando como a estrela mais encantadora do céu. Eu sabia que cedo ou tarde não seria capaz de guardar para mim o que sentia e talvez arruinasse completamente uma amizade da vida toda, mas um dia me abriria com ela. Um dia com certeza diria o quanto a amava e o quanto desejo ter uma vida com ela.


Quando me formei, ela estava ao meu lado, como sempre, me apoiando. Então veio o MBA em New York. E lá fui eu, adiando novamente o que já deveria ter feito há tempos, nessa altura Sakura já somava seus 18 anos. Quando voltei para Tóquio era tarde demais, ela já estava com o meu irmão e não havia mais nada que eu pudesse fazer além de torcer que ambos fossem felizes.


E assim me conformei, permanecemos melhores amigos, trabalhamos juntos, sabe aquela história de perto dos olhos, mas completamente fora de alcance? Pois é, esse era exatamente o meu caso. E tê-la tão perto e, ao mesmo tempo, tão longe, era perturbador.


-E então Sakura, aceita se casar comigo? - Perguntou meu irmão ajoelhado diante dela.


Eu olhava aquela cena sem ao menos respirar, quando ela disse sim, tive que baixar minha cabeça e respirar fundo para conter a tristeza. Nem ela, nem meu irmão tinham culpa, eles nem sabiam o que eu sentia por ela. Minha mãe me deu um olhar rápido nessa hora, aquele olhar só dizia uma coisa "desculpa filho" ninguém percebeu nada e as felicitações continuaram.

A abracei apertando seu corpo ao encontro do meu e disse o que eu esperava que soasse sincero.


-Parabéns Saky, espero que seja muito feliz. - Era verdadeiro, preferia vê-la feliz longe de mim que triste perto, ainda que cada célula do meu corpo implorasse para que a pegasse nos braços e fugisse para o mais longe possível dali.

Ecos do SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora