Eu Cuidarei de Você (KimChay)

Cuidados

Tenham uma ótima leitura!!!✨✨✨

Porchay

Durante o caminho, Kimhan pegou no sono.

Estou extremamente preocupado com sua saúde mental, tudo aconteceu de uma vez como um baque.

Eu deveria levá-lo para casa, mas eu preferi levar até meu apartamento. E não me importo com que o Macau poderia pensar, Kim é muito mais importante no momento.

Chego no local, abro o outro lado da porta do veículo, tento acorda-lo devagar. Ele abre os olhos avermelhados, me olhando logo em seguida.

- Kim, preciso que você se apoie em mim, tudo bem?

Ele assente, apoiando o braço no meu ombro. Entramos no apartamento escuro, tento ignorar o fato de Macau querer fazer algum escândalo.

Levo Kim até o quarto de hóspedes, sento ele na cama retirando a touca de sua cabeça. Seu olhar está tão vago, que eu não sei como agir a tamanha vulnerabilidade.

- Kim, preciso que você tome um banho, deve trocar essa roupa. Eu vou preparar algo pra você comer antes que você deite.

- Não, eu não consigo comer. – Ele diz. – Eu só não queria ficar sozinho. Você pode se deitar ao meu lado?

- Tome banho e eu penso no seu caso.

Ele sorri levemente, caminhando até o banheiro.

Me retiro do quarto, dando de cara com Macau.

- Oi, amor. Estava pensando se podemos ir a um restaurante hoje, estou com saudades dos nossos encontros.

- Ah... Não vai dar.

- Como assim? – Macau agarra minha cintura. – Aliás, por que você estava no quarto de hóspedes?

- Eu trouxe Kim pra cá. – Decido não mentir. Ele me solta de imediato.

– O que? Ficou maluco, foi?

- Não estou entendendo... Kim está passando por problemas sérios.

- Ele é um criminoso, Chay! Ele matou a am...

- CALA A BOCA! Eu estava naquele hospital, eu atendi a amiga dele... Eu sei quem fez aquilo.

- Você sabe? Não, Chay... Você não sabe.

Encaro fixamente Macau, percebendo ele focar na porta do quarto, onde hospedei Kim.

- Macau, vai espairecer hoje. Essa discussão não vai nos levar a lugar nenhum.

- Está me expulsando?

- Claro que não. Eu só quero que você fique bem, não gosto de brigar com você.

- Vou sair com os meus amigos, iremos a um show aqui perto. Melhor pra você?

- Contanto que você se comporte...

- Pode deixar. – Ele deixa um selinho nos meus lábios. – Tchau, amor. Mandarei mensagens.

Ele saí, logo retorno ao quarto. Kim está usando um conjunto que moletons que eu emprestei.

- Você brigou com ele por minha causa? – Ele questiona, deitado na cama.

- Não, foi por minha causa. Agora descansa, vou ficar bem aqui do seu lado.

Deito no espaço vazio, ajeitando os fios de cabelo solto no seu rosto. O observo, até ele pegar no sono.

A vida de Kim desmoronou, tudo por mentiras que alguém propositalmente inventou. Estou disposto a protegê-lo aqui, e até mesmo protegê-lo de Macau.

Seu celular está na pequena cômoda perto da cama, vejo o brilho das notificações de mensagens do Vegas na tela. E Macau, como era de se esperar, não me enviou mensagem alguma.

Eu devo estar muito acostumado receber pouco mesmo.

••••••••••

Após algumas horas, Kim se encontrava acordado. Pedi uma comida para nós dois, na sorte que alguém pudesse nos entregar nesse horário da madrugada.

- Doutor, não precis...

- Ei, não me chame dessa forma aqui. – O interrompo, indignado pela formalidade. – Só Porchay, está bom.

- Me desculpe. Mas de verdade, não precisava.

- Claro que precisa, você ficou horas sem comer, e daqui a pouco você terá muitas coisas pra resolver. Então... Aceite.

- Tudo bem. – Ele desiste de tentar. – Muito obrigado.

Pego a entrega, logo separando nossas comidas, ainda na cama. Kim abre a marmita, surpreso ao olhar o conteúdo.

- Você sabia sobre minha comida favorita? – Ele questiona, inalando o cheiro do alimento.

- É que... – Meu rosto esquenta. – Eu já te conhecia, você é o meu ídolo, afinal.

- Entendi. Você estudou direitinho sobre mim.

- Bem, mas... Como você está se sentindo?

- Eu não sei exatamente, é doloroso perder uma pessoa tão próxima. E eu não vou nem poder ir ao velório dela, a família dela deve me odiar.

- Eu não teria tanta certeza...

- A questão, dout... Quer dizer, Porchay, é que eles não viam o que eu via em relação ao ex dela.

- Como assim? Ele não aceitava o término?

- Exato.

Fico pensativo com essa história toda, enquanto comemos. Imagino o inferno que deve ter sido a vida dela, por causa desse homem.

Após essa minha distração de minutos entre meus pensamentos, me assusto com o barulho do garfo de Kim caindo no chão.

- Kim, está tudo bem? – O observo tentar segurar o choro. – Segurar é pior, solta toda essa dor.

Rapidamente, envolvo seu corpo em um abraço apertado. As vezes, quando passamos por um processo de luto,  ficha demora cair.

A ficha de Kim caiu agora.

Seu choro aumenta a cada segundo, ele me apertava fortemente.

- Mas que porra é essa?

Macau entra no quarto, com a voz embriagada.

Ele não pensa nem por um segundo, antes de me puxar para fora da cama e atacar Kimhan.

- Macau. Para. Solta ele. – Puxo suas mão, na tentativa de afasta-las do pescoço do cantor. – MACAU.

- CALA A BOCA. EU SABIA BEM QUE ESSA HISTÓRIA DELE FICAR NO NOSSO APARTAMENTO ERA SÓ PRA VOCÊ SE APROVEITAR. – Ele solta Kim brutalmente, apontando pra mim em seguida.

- MEU APARTAMENTO.

- Agora é seu, não é? Porque não era isso que parecia, depois que começamos ter um relacionamento sério.

- Macau, saia daqui. Você vai tomar banho, dormir a amanhã vamos ter uma conversa séria.

- E você? Vai continuar aqui?

- Vou. Eu vou proteger Kim de você. Agora saía e faça o que eu pedi.

Macau lança um último olhar para Kim, logo se retirando. Em seguida, aproveito para trancar a porta.

Kim está encolhido na cama, seus cabelos, cobrem seu rosto. Fecho as marmitas, guardando-as de volta na sacola.

- Vem, deite aqui. – Ofereço meu abraço para Kim, ele acata, chorando baixinho entre meus braços.

Massageio seus cabelos, vendo ele se acalmar aos poucos.

Foi um gesto de puro cuidado e carinho, coisas que Kim com certeza precisa no momento.