Amigos?

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Tenham uma ótima leitura!!!✨✨✨



Porchay


Estava no meu sono profundo, até sentir uma criatura de cinco anos de idade me chacoalhando.

- Alan, o que foi? – Pergunto, extremamente sonolento.

- Tio Chay, eu não alcanço a pia do banheiro.

Não pode ser possível...

Sorrio, me levantando e acompanhando ele até o outro quarto. Coloco um pequeno banco no banheiro, e ergo Alan para subir nele.

- Resolvido? Agora você está quase mais alto do que eu.

- Muito obrigado, tio!

Retorno ao meu quarto para fazer minha higiene, preciso pensar no que eu faria de café, almoço e janta. Incrível como sou péssimo em me organizar nas coisas de casa.

Vou até a cozinha, começando preparar o chocolate quente de Alan. Ele não costuma comer nada nesse horário, mesmo assim deixei algumas maçãs cortadas.

Alan aparece, sentando na cadeira e brincando com o seu Nintendo. Deixo seu lanche na mesa, logo preparando o meu.

- Alan, tio Chay vai receber um amigo hoje. Então se comporte. – Digo, enquanto observo a máquina despejando café na xícara.

- Eu vou conhecer esse seu amigo?

- Vai sim, Alan. Trate-o muito bem, ouviu?

- Pode deixar, tio!

Me junto a ele na mesa, escutando ele contar tudo sobre seu primeiro ano escolar.

Será um longo dia.

••••••••••••

Começo preparar o jantar, Kim teria que me desculpar, mas tive tempo nenhum em me arrumar. Minha atenção foi 100% voltado ao Alan, porém me esforcei em tirar tempo para cozinhar.

Mesmo que eu seja péssimo nisso.

Observo o relógio, vendo que está quase na hora do horário combinado. Eu não iria conseguir terminar a tempo, mas eu não posso pensar nisso agora.

Calma, respira...

- Tio Chay! Sua visita chegou. – Alan avisa.

Meu coração acelera de imediato.

Kim aparece atrás de si, sorrindo para mim. Seco as mãos, indo abraçar ele.

- Seja bem-vindo, Kim. – Reparo no cheiro forte de seu perfume e no cabelo bem arrumado.

- Eu fui recebido de uma forma diferente. Quem é o garoto? – Ele separa o abraço. – É seu irmão?

- Não. Ele é o meu sobrinho, Alan.

- Entendi. Você parece cansado, não que seja diferente do seu habitual...

- Kimhan! – Bato levemente no seu peito.

- Eu vou terminar de preparar.

- Não, eu quero fazer isso sozinho. E você está muito bem arrumado, não quero que se suje.

- Porchay, eu faço questão. Você precisa descansar um pouco, eu termino por aqui. – Ele insisti. E eu percebo ser algo dele, e não forçado.

- Você tem certeza? Não precisa, sério.

- Tenho, eu quero e vou te ajudar.

- Obrigado, de verdade. Vou me arrumar e já volto, por favor me grite qualquer coisa.

- Fique tranquilo.

Kim vai até a pia, começando cortar alguns temperos. Vejo Alan escondido atrás da mesa, observando o cantor.

- Alan, volte para a sala. Depois eu apresento ele pra você. – O garoto assente, fazendo o que eu pedi.

Kim é um anjo.

••••••••••••

Após eu ter me arrumado, encontro Kim montando a mesa. Fico impressionado com a agilidade dele na cozinha.

- Porchay, eu... – Ele pausa, me olhando de cima a baixo. Estou utilizando uma roupa formal e um pouco de maquiagem. Eu não sei como reagir aos olhares de Kim, então acabo deixando aparente minha timidez.

- Você o que, Kim?

- Eu... – Ele limpa a garganta. – Terminei de preparar a comida.

O cheiro está ótimo, de fato.

- Tio Chay, estou com fome. – Alan aparece na cozinha, ele se aproxima de mim, sem tirar os olhos de Kim.

- Alan, esse é Kimhan, meu amigo.

- Ki...Kiman... – O garoto demonstra dificuldade em soletrar o nome de Kim.

- Pode me chamar de Kim, Alan. – O outro diz, sorrindo para Alan.

- Puxa... Sua blusa é muito bonita! – Os olhos dele brilham, para a blusa com a estampa do Super Mário do cantor.

- Você gosta de jogos? – Kim pergunta, enquanto coloca a comida nos pratos.

- Eu amo! Você também gosta, tio Kim?

Fico sem graça pela forma espontânea de Alan, em chamar Kim de tio.

- Eu gosto. Podemos conversar sobre jogos mais tarde, o que acha?

- Eu adoraria.

- Agora vamos comer! Tio Chay parece estar com muita fome. – Kim me inclui.

- Você acha? Tio Chay não parece gostar de comer, ontem eu não vi ele comendo nada. – O garoto expõe.

- Alan. – Repreendo o garoto. – Pegue sua comida e vai pra sala.

- Tá bom, tio. – Ele pega o prato e anda até o local indicado.

- Você é um tio muito mau. – Kim brinca, se sentando a minha frente. – E que história é essa, que você não está comendo?

- Acho que isso não é da sua conta. – Sorrio, vendo Kim ficar incrédulo.

- Não só um mau tio, mas uma má pessoa também.

- Não diga isso, eu fui um amor de pessoa com você dias atrás.

- Eu sei, sei muito bem disso. Mas me fale mais sobre o Alan, ele parece ser uma criança adorável.

- Sim, ele é uma criança incrível. Meu irmão adotou ele três anos atrás. Antes de eu começar a trabalhar, eu conseguia ser mais próximo dele. Agora que estou tentando recuperar essa proximidade.

A comida nas mãos de Kim, é outra coisa. Ele também é uma pessoa ocupada, mas parece aprender bastante sobre culinária.

- Sabe, Porchay... Eu senti sua falta durante essa semana.

Quase engasgo o alimento. Kim sabe mesmo como me deixar sem jeito.

- Você está me vendo agora.

- Não, sim... Eu digo, você não é do tipo que conversa muito por mensagens. Então... eu não sei o que vamos estabelecer de agora em diante.

- Estabelecer? Você diz, sobre o que somos agora?

- Isso!

- Amigos. Somos bons amigos.

- Amigos... Tudo bem, amigo. – Kim solta uma risada sem graça.

- Mas se o seu problema é se comunicar comigo, você pode me ligar quando quiser. Eu não tenho muito tempo para responder mensagens. Mas você teria que me ligar a noite.

- Ah, tudo bem. Eu adoraria falar mais com você. Quando você quiser, eu posso te buscar no trabalho mais vezes.

Droga, ele me lembrou Macau falando isso.

Kim não é igual Macau, tire isso da cabeça...

- Chay, está tudo bem? – Ele percebe minha inquietação.

- Sim, está. Mas me conte sobre você... Você tem uma nova agenda, não é?

- O que? Você viu? Tenho! Meus fãs pediram muito, então eu estou voltando aos poucos.

- Que ótimo, Kim! Você é um ótimo cantor, sabia? – O elogio, vendo ele ficar envergonhado.

- Muito obrigado! Eu gostaria que você aparecesse em algum desses shows. Posso garantir dois ingressos para você no final de semana.

- É sério? Eu adoraria.

- Sim. E leve Pete junto.

- Muito obrigado, Kim! Não errei em ter você como meu ídolo número um.

- Isso é muito fofo da sua parte.

- Por que?

- Eu acho fofo quando você saí da sua postura séria, e vira para sua postura de fã.

Fizemos uma breve troca de olhares.

Talvez ser amigo de Kim, não será uma tarefa fácil.

••••••••••••

- Uau! Você é um ótimo jogador, tio Kim!

Estamos na sala, sentados no sofá. Alan fica impressionado com as habilidades em jogos do Kim, eu observo tudo, aliviado por Alan estar a vontade perto dele.

- Viu? Facinho! – Kim diz, devolvendo o Nintendo nas mãos do garoto, após ter passado uma fase.

- Incrível! Isso foi muito legal!

- Foi mesmo, mas está na hora de dormir, criança. Amanhã seu pai vem te buscar cedo. – Tomo a palavra, pegando o garoto no colo.

- Mas eu queria jogar mais, com o tio Kim.

- Amanhã vocês jogam.

- Amanhã? – Kim pergunta.

- Sim. Ou você não vai dormir aqui?

- Você tem certeza?

- Claro. Agora eu vou colocar a criança para dormir, você pode me esperar no meu quarto.

- Tudo bem.

Kim me segue, se direcionando ao meu quarto.

Foi uma noite divertida.

••••••••••••

Kimhan


Aguardo Porchay preparar Alan para dormir.

Eu estou gostando de estar na companhia dele, gostando até demais. Porchay me causa sensações diferentes, mesmo ele não tendo uma personalidade extrovertida.

Eu só gosto de estar com ele.

Ele entra no quarto, respirando fundo. Imagino que cuidar de criança e casa, além de ter um emprego bem puxado, cause um grande peso na cabeça da pessoa.

- Porchay, sente aqui. – Aponto para sua própria cama.

Ele senta, me ajoelho atrás de si, alongo minhas mãos, iniciando uma massagem em seus ombros tensos. Ele fecha os olhos, apreciando a sensação.

- Kim, você é muito bom nisso. Sinto que agora eu que preciso te agradecer.

- Não, eu não quero que você me agradeça. Quero que você se sinta acolhido e cuidado por mim, da mesma forma que eu fui por você.

Porchay vira seu rosto, ficando extremamente próximo do meu. Nesse momento, meu mundo parou, meu coração está batendo tão forte que é capaz do próprio Porchay estar escutando.

- Vamos dormir, Kim. – Ele diz, baixo.

Assinto, retornando a realidade.

Amigos, não é?

Eu Cuidarei de Você (KimChay)Where stories live. Discover now