Capítulo 1

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"Ninguém acha sua alma
gêmea com dez anos de idade.
Qual seria a graça se fosse assim?"
- Doce lar

Não esqueçam de votar na estrelinha ⭐️

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O dia começou como qualquer outro.

O sr. Fitzherbert deixou uma bola de pelos no meu chinelo, queimei a orelha com a chapinha e, quando abri a porta para ir à escola, dei de cara com meu maior inimigo, que também é meu vizinho, esparramado no capô do meu carro.

- Ei!

Ajeitei os óculos escuros, tranquei a porta de casa e fui em direção ao veículo, com cuidado para não estragar minha linda sapatilha florida nova ao praticamente correr até ele.

- Sai de cima do meu carro.

Vegas saltou do capô e levantou as mãos, fazendo a pose universal de inocência, embora o sorrisinho torto transmitisse exatamente o contrário. Além disso, eu o conhecia desde o jardim de infância; aquele garoto nunca foi inocente.

- O que você tem na mão? - indaguei.

- Nada.

Ele escondeu a mão em questão nas costas. Embora tivesse ficado alto, sem qualquer traço infantil e fosse um pouco atraente desde o fundamental, Vegas continuava o mesmo garoto imaturo que "sem querer" queimou a roseira da minha mãe com uma bombinha.

-Você é tão paranoico - disse ele.

Parei à frente dele e o encarei com os olhos semicerrados. Vegas tinha aquele rosto de garoto travesso, cujos olhos escuros - cercados por meio metro de cílios grossos, porque a vida é injusta
- entregavam tudo, mesmo quando a boca não dizia nada.

As sobrancelhas erguidas indicavam o quanto ele me achava ridículo. Com base em nossos muitos encontros desagradáveis, eu sabia que os olhos semicerrados queriam dizer que ele estava me avaliando, e que estávamos prestes a discutir a irritação mais recente que ele tinha me causado.

Quando seus olhos brilhavam como agora, quase reluzentes de tanta provocação, eu sabia que estava ferrada. Porque o Vegas provocador sempre vencia.
Cutuquei seu peito e pergunter:

- O que você fez com meu carro?

- Eu não fiz nada com seu carro, per se.

- Per se?

- É. Não sabe o que significa, Buxbaum?

Revirei os olhos, o que fez com que a boca dele se curvasse em um sorriso provocante.

- Nossa conversa está divertida. Aliás, amei seus sapatos de vovozinho, mas preciso ir - disse ele.

-Vegas...

O garoto se virou e se afastou como se eu não estivesse chamando por ele. Só... caminhou em direção à sua casa com aquele jeito tranquilo e confiante. Chegando à varanda, abriu a porta e gritou por cima do ombro:

Better Than In The Movies.  (VegasPete adaptação)Where stories live. Discover now