Capítulo 2

50 10 52
                                    

"Maravilha. Uma amiga. Você pode ser a primeira mulher atraente com quem eu não quis dormir em toda a minha vida, sabia?"

- Harry e Sally: feitos um para o outro

- Harry e Sally: feitos um para o outro

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Michael estava de volta.

Coloquei os pés em cima da mesa da cozinha e enfiei a colher no pote de sorvete Ben & Jerry, ainda fora de mim de tanta alegria. Nem em meus sonhos mais loucos eu teria imaginado o retorno de Michael Young.

Eu achava que nunca mais o veria. Depois que ele se mudou, passei anos sonhando com esse dia. Eu me imaginava caminhando em uma daquelas manhãs frias e gloriosas de outono que antecipam a chegada do inverno, o ar cheirando a neve.

Com minha roupa favorita - que mudava a cada devaneio, óbvio, porque essa fantasia começou quando eu ainda era criança -, eu virava a esquina no final do quarteirão e ali estava ele, andando em minha direção.

Acho que tinha até uma corridinha romântica envolvida. Quer dizer, por que não? Também havia pelo menos uns cem registros em meus diários sobre como meu coração havia se partido quando ele foi embora.

Encontrei os diários alguns anos atrás ao limpar a garagem. As anotações eram bem intensas para uma criança. Provavelmente porque a ausência dele foi muito perto da morte da minha mãe.

Um dia acabei aceitando que nenhum dos dois ia voltar Mas agora ele estava ali. E era como recuperar um pedacinho de felicidade. Eu não tinha nenhuma aula com Michael, então o destino não daria aquela forcinha para nos unir, o que era uma droga.

Quer dizer, qual era a probabilidade de não termos nenhuma interação obrigatória? Che tinha aula com ele, e Vegas também, lógico. Por que não eu? Como ia mostrar para Michael que estávamos destinados a ir ao baile juntos, nos apaixonar e viver felizes para sempre, se eu não encontrá-lo?

Cantarolei a melodia de Anna of the North que estava tocando em meus fones - a música sexy da cena do ofurô de Para todos os garotos que já amei - e fiquei olhando a chuva pela janela.

A única coisa que tinha a meu favor era que eu era especialista em amor. Não tinha um diploma nem havia feito nenhum curso, mas tinha assistido a horas de filmes de comédia romântica. E não só assistido: tinha analisado com a perspicácia de um psicólogo.

Além disso, o amor estava em meus genes.

Minha mãe foi roteirista e escreveu várias comédias románticas ótimas para a TV. Meu pai tinha certeza de que ela teria sido a próxima Nora Ephron se tivesse um pouco mais de tempo.

Então, embora não tivesse experiência na prática, com o conhecimento herdado e minha pesquisa extensa, eu sabia muito sobre o amor. E tudo o que eu sabia me dava a certeza de que, para que Michael e eu ficássemos juntos, eu tinha que ir à festa do Ryno.

Better Than In The Movies.  (VegasPete adaptação)Where stories live. Discover now