Peter Buxbaum sempre soube que seu vizinho não seria um bom namorado. Apesar de todos acharem Vegas Bennett simpático e muito bonito, Pete tinha certeza de que, na verdade, ele era um chato de galochas.
Mas Arm Young era diferente. O amor de infânci...
"Prefiro brigar com você do que fazer amor com outra pessoa." - Muito bem acompanhada
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- Bom dia, flor do dia.
Soltei um resmungo e fui direto para a máquina de café espresso. Eu adorava meu pai, mas vê-lo sentado à mesa na hora do café da manhã, seu rosto animado e olhos reluzentes me espiando atrás do jornal... era demais para mim. Meus olhos não queriam nem abrir, e eu com certeza não queria conversar logo cedo depois de ter passado a noite acordado com o nariz latejando.
- Como está o nariz?
Abri um sorriso, me lembrando de quando Vegas fez a mesma pergunta. Apertei o botão para aquecer a água.
- Doendo. Mas vou sobreviver.
-Vai trabalhar hoje?
-Vou... Sou o sortudo que vai abrir a loja.
Ele fechou o jornal e começou a dobrá-lo.
- Preencheu o formulário do dormitório que eu te mandei por e-mail?
Droga.
- Esqueci. Vou fazer isso hoje.
-Você precisa parar de adiar. Se tem idade para estudar do outro lado do país, tem para preencher formulários.
Soltei um suspiro.
- Tá bem.
Mais um tópico para a lista Coisas que Pete Estava Evitando. Não via a hora de me formar e ir para a Universidade da Califórnia. Estava ansioso até para começar a estudar. Aulas sobre curadoria musical nem parecem que dão trabalho, né? Mas sempre que pensava em morar lá, uma onda de pavor me invadia.
Não tinha nada a ver com Los Angeles, só era difícil imaginar ir embora do único lugar que morei com minha mãe.
E nas raras vezes em que me permitia considerar a realidade de que não poderia mais simplesmente calçar o tênis de corrida e ir vê-la no cemitério, meus olhos se enchiam de lágrimas e minha garganta parecia se fechar. Pois é. Eu tinha que resolver algumas questões a esse respeito.
Ele me olhou daquele jeito paterno.
-Pare de procrastinar. Deus ajuda quem cedo madruga, Pequeno Pete.
- Ei, falando nisso... - comecei, colocando a cápsula na cafeteira e fechando a tampa. - Eu era um esquisitinho simpático quando era crianca?
Meu pai ergueu uma das sobrancelhas.
- O qué?
Apertei o botão, e a cafeteira começou a zunir.
- Vegas disse que eu era um esquisitinho simpático, mas não é assim que me lembro. Você acha que ele tem razão?
O mato do meu pai se iluminou em um sorriso largo.