Era por volta das nove da manhã, o sol brilhava alto no céu, os três ainda dormiam juntinhos na mesma cama. Fadigados com tudo o que haviam passado nos últimos dias, na correria e nas noites mal dormidas de um hospital.
Tanto no celular de Emmett quanto no de Rosalie havia chamadas não atendidas.
Aconchegada entre os dois, Julia foi a primeira a acordar. Com uma mãozinha coçou o olho esquerdo preguiçosamente. Sentou na cama com a chupeta na boca, o paninho e Carinho ao lado de seu corpo, os cabelos bagunçados. Voltou a coçar o olhinho, depois olhou do pai para a mãe. Após se certificar de que eles ainda dormiam, deitou-se novamente entre eles e ficou a fazer carinho em seus rostos, uma mãozinha no rosto de cada um deles.
Um sorriso preguiçoso curvou o canto dos lábios de Rosalie tão logo sentiu a pequena mão acariciar a pele se seu rosto.
– Bom dia, docinho – ela murmurou ao abrir os olhos devagar. Cuidadosamente trouxe o corpo pequenino para mais perto do céu, em seguida, beijou seu rostinho.
Julia levou as duas mãozinhas no rosto dela em um toque delicado.
– Minha mamãe Ose... – a voz suave soou como música aos ouvidos de Rosalie. A mãe coruja não aguentou tamanha fofura, lhe dando um beijo demorado na bochecha.
– Tá com fome, docinho?
Com a voz ainda preguiçosa, Julia pediu.
– Quelo gagau.
Outra vez os lábios de Rosalie se curvaram em um sorriso.
– Quer gagau. Mamãe vai fazer o seu gagauzinho.
Bastou Rosalie fazer menção de se levantar para Júlia se agarrar a ela.
– Não, mamãe... – pediu chorosa, um tanto preocupada também.
– Você não quer o gagau?, a mamãe só vai à cozinha preparar sua mamadeira.
– Calinho não qué ficá sozinho.
– Carinho não quer ficar sozinho – repetiu a mãe, analisando a situação. – Mas o papai ainda está aqui amor. Ó o papai aqui – ela ergueu a mão sobre Júlia até encostar no ombro do marido.
– Calinho qué que o papaizinho faze o gagau.
– Carinho quer que o papaizinho faça o gagau?! – a mãe repetiu e ela afirmou com a cabeça. – Então acorda o papaizinho, ele está muito preguiçoso hoje.
Rosalie afrouxou o abraço onde mantinha a filha presa. Julia se remexeu entre eles até ficar coladinha no pai. Encostando a pequenina mão no rosto dele fazendo um leve carinho.
A mãe observava com os olhos brilhando. Era impossível esconder o quanto tudo, todos os momentos com a filha e o marido, estavam lhe fazendo bem. Mal conseguia acreditar que todos esses momentos eram reais.
– Papai... – começou Julia. – Papaizinho – sua voz era contida. Como ele não se mexeu, ela olhou novamente para a mãe.
Rosalie confirmou com um movimento de cabeça, já sabendo que Emmett estava acordado, fazia alguns segundos que ela tinha percebido que ele apenas fingia dormir.
– Acorda o papai. Faz cosquinhas nele – instruiu.
Um sorriso tímido brotou nos lábios de Julia, e, quando olhou para o pai, o encontrou de olhos abertos. Um sorriso lindo, de covinhas, iluminando o rosto de olhos ainda sonolentos.
– Já acodô o papai – ela comentou feliz. – Já acodô.
– O que minha gotinha iria pedir? Fala pro papai – Emmett pediu, segurando a pequena mão entre a sua fazendo parecer a mão de uma boneca.
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Minha Gotinha de Amor
FanfictionEmpresário do ramo de hotelaria, Emmett McCarty, é casado há cerca de três anos com a jovem Rosalie. O casal enfrenta, no momento, uma crise conjugal, pois Rosalie tem o anseio de adotar uma criança, após anos em tentativas frustradas de engravidar...