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Ana Júlia 🌞

Richard me levou a um restaurante extremamente chique que, anos atrás, jamais frequentaria por medo do julgamento do público que frequenta aqui.

Havia mulheres lindas, bem vestidas e elegantes, enquanto eu me sentia como uma jovem eterna adolescente.

Graças à Ana Júlia do passado, que amava aparecer sem um real no bolso e tinha a ousadia de ir de penetra em eventos chiques, hoje sei me comportar, ou pelo menos fingir costume.

Mas meu desconforto hoje não era por estar nesse ambiente, e sim o colombiano.

A gente estava em um clima bom até então, mas, sei lá, perdi toda minha capacidade de rebater as piadinhas dele, quase inexistentes hoje.

Acho que falei tanto da minha vida que parecia que minhas histórias tinham acabado. Mas no fundo, eu sei que era só desconforto.

Agora, por quê isso?

Richard Ríos frente a frente com você, amor.

Minha nossa senhora das calcinhas molhadas, me ajuda daí.

—E sua família?— joguei o que veio à mente quebrando o silêncio.

— O que tem?— lançou um olhar que me fez remexer na cadeira.

—Sei lá. Você não fala tanto.— sorri e coloquei o garfo com quase nada de comida na boca.

Além de tudo, a tabacuda ainda tem vergonha de comer.

—Você também não.— fiz careta e ele riu, parando para talvez pensar com um enorme brilho nos olhos. — Minha família é tudo para mim, minha maior saudade.

Fofo.

—Eles te visitam?— ele assentiu.

—Sim, mas é pouco. É bem mais fácil eu ir para lá.— me olhou e bebericou o líquido do copo — E a sua?

—Um bando de farofeiro.— ele riu — É sério, passe longe.

—Fiquei com mais vontade de conhecer agora, poxa.— fez biquinho.

—Acho que você não aguentaria meia hora do lado deles. — ri só de imaginar Richard no clima caótico da minha família com essa pose dele, julgando tudo.

—Então se prepare, porque no nosso casamento vamos ter que juntar as duas famílias.— fui beber meu suco e na hora quase cuspi — Cuidado para não engasgar, menina.

Eu ri tanto agora, tanto que até com lágrimas nos olhos eu fiquei.

Que merda, Ana Júlia, se ajeita.

—Aí, Ríos, você é muito piadista. — limpei a lágrima e voltei a comer.

—Não foi piada.— deu os ombros.

A gente ficou em silêncio se olhando e eu voltei a rir, ele me acompanhou e agora quem estava ao nosso redor nos olhava.

Que vergonha, o restaurante em silêncio e a gente tendo crise de riso por um motivo extremamente fútil.

VERGONHA.

—Sério, já deu.— coloquei meus talheres juntos no prato e limpei a boca.

—Já terminou? — estava falando da crise de riso na verdade,mas só confirmei — Você nem comeu.

—Tenho uma dieta a seguir, jogador.— ele sorriu com a última palavra.

—Que dieta abusiva, três garfadas e tá satisfeita?— me olhou indignado.

Na verdade, eu não tô satisfeita. Comeria a feira do mês da sua casa em um dia facinho, mas hoje preciso manter meu personagem.

—Acontece.— bebi água.

—Nem uma sobremesa?— neguei e ele ficou boquiaberto — Ana Júlia, você vai morrer.

—Não vou, bocudo. Você come até os rebocos com essa dieta de atleta e acha anormal uma pessoa comendo normalmente.

Eu como até os rebocos e as fiações da casa e nem sigo dieta de atleta, não se engane, Richard.

No final, ele só aceitou que eu estava de "dieta" e terminou de comer, pagou a conta depois daquela falsa insistência da minha parte para dividirmos.

Eu hein, me chamou, pague! Eu finjo que quero dividir, mas não quero.

A gente tirou uma fotinho para mandar para o Endrick, que quase soltou fogos.

Quando estávamos indo falar com o moço para ele pegar o carro, chegou um grupo de meninas todas mega desesperadas por um colombiano.

E eu nessa situação, gente, fiz o que? Fingi que não conhecia, super atriz.

Mas o querido atrapalhou perguntando qual era o carro do casal. Richard respondeu para ele e o olhar das monas foram todos em mim.

—Houve um engano, senhor.— fiz a sonsa — Estou esperando meu motorista.

Eu pude ver a cara do Richard segurando a risada, e olha que eu estava de costas.

O moço foi atrás do carro e eu fiquei atuando lá. Richard que dispense elas logo porque eu não vou segurar esse personagem muito tempo.

—Tira pra gente, querida?— a loira me olhou de cima a baixo. Não estou louca —

—Claro.— falei pegando o celular.

Na hora, ela meteu mó beijão na bochecha dele e ele se assustou, segurei muito para não rir.

Ficou trocando as poses, tirando uma casquinha em todas. Quem não tira com um homão desses?

Mas vamos impor limites.

—Acho que foi, né?— ele sorriu e tirou a mão dela de seu abdômen.

—É...— a amiga dela interrompeu.

—Vamos indo. Obrigada, Richard, amei te conhecer.— e arrastou ela.

Ele terminou de tirar foto com duas pré-adolescentes e o carro chegou, a gente entrou e eu me rachei de tanto rir.

—Meu motorista. — ele me imitou e riu.

—Você queria o que, cacete?— ri.

—Imagina se elas ficam ali e eu tenho que sair sozinho no carro te deixando pra trás?

—Se mata, Richard. — bati na nuca dele que continuava rindo.

–Que cena linda ia ser — mostrei o dedo do meio e ele me roubou um selinho, dando partida no carro e me deixando imóvel ali.

— Colombiano, colombiano... não brinca — ele me olhou de lado e soltou um sorrisinho.

Filho da mãe, cachorro, vagabundo. Você me paga, Richard Ríos.

Continua.

Batemos 6k de leituras, estou muito feliz. 🥹

Planejei escrever atrocidades neste, mas está tarde,eu estou morta e não iria conseguir me dedicar 100%, então iria ficar pior do que o meu comum.

Quem sabe futuramente 😼

Esse foi só pra não ficar sem postar. Um beijo gatinhas.🧡

Inolvidável | 𝐑𝐢𝐜𝐡𝐚𝐫𝐝 𝐑𝐢os Where stories live. Discover now