epílogo

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Louis enlouqueceu todos no navio com um falatório sem fim sobre seu casamento, que, nem ele e nem Harry sabiam quando iria acontecer.

Depois dos seus intermináveis "Harry vai se casar comigo amanhã", toda noite ele levava papéis e tinta para os aposentos do capitão e trabalhava em desenhar convites bonitos para seus convidados.

Não que ele soubesse onde seria o casamento.

Ou quando.

Ou se teriam convidados.

Não se importava minimamente. Sua fantasia era o que o motivava. O ômega se imaginava com uma roupa bonita, de frente a um padre em uma igreja católica, grande e aconchegante, e várias pessoas para baterem palmas e sorrirem quando o padre dissesse que Harry finalmente poderia beijá-lo.

Quando Harry deslizasse mais um anel de pérolas pelo seu dedo fino.

Quando Harry se ajoelhasse para dar um beijinho na sua barriga grande e cheia de filhotes e o prometesse "para sempre".

"Ômega." a voz do seu alpha o tirou de seus devaneios e o menor olhou para cima. "Está tarde e escurecendo. Vai forçar a vista e reclamar de dor de cabeça amanhã, venha se deitar."

O tom preocupado de Harry quase foi o suficiente para convencer Louis, mas ele estava mais preocupado com o debate interno: convidava Zayn ou não para seu casamento?

"Eu não vou." ele mentiu, provavelmente acordaria Harry no meio da noite choramingando. "Alpha." o menor bateu os cílios, encarando o alpha de forma fofa, como ele fazia quando queria que Harry fizesse suas vontades. "Não vou convidar Zayn."

O capitão respirou fundo. "Ele é o meu padrinho."

"Mas." o ômega pensou em rebater mas se perdeu no meio da frase. "Então não vou fazer um convite para ele." Louis resmungou, pegando o convite que já havia feito e o rasgando ao meio, então uma súbita dor inundou seu peito e as lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto.

Harry respirou fundo, se lamentando. Louis fazia aquilo literalmente todas as noites, o alpha não aguentava mais. E sim, ele amava o ômega e amava que estivesse carregando seus filhotes mas as constantes mudanças de humor o deixava a beira da loucura.

Quer dizer, Louis já era maluco o suficiente sem os hormônios da gravidez...

"Venha aqui." o alpha abriu os braços e o menor jogou a caneta na escrivaninha antes de se aninhar no peito do capitão. Harry o abraçou com toda a força que podia, com cuidado para não apertar sua barriguinha, e o beijou por entre os cabelos. "Sabe que no fundo, você e Zayn se amam, certo?"

Louis murmurou um 'não' abafado contra o peito do alpha.

"Foi pra ele o primeiro convite que você desenhou."

"Hm." o ômega piscou os olhos, afastando mais lágrimas. "Não sou eu. Meu filhotinho gosta dele, não sei qual. Mas quando eles nascerem, vou ter uma conversa séria e dizer pra eles para odiarem Zayn."

E quase como se estivessem o escutando e concordassem com a mamãe, os filhotinhos chutaram. Os dois ao mesmo tempo.

Harry sorriu quando o ômega gemeu baixinho, e levou as duas mãos grande até a barriga esticada do ômega. "Vocês não compactuem com a mãe de vocês, sim?" o alpha abriu a palma da mão e o filhote chutou novamente, bem ali. "Espero que isso seja um sim."

Louis fungou. "Eles só me escutam porque eles amam a mamãe." ele disse carinhoso, colocando a mão pequena sobre a do alpha.

"E porque provavelmente serão tão doidos quanto você." o alpha brincou, ganhando um pequeno resmungo do ômega. "Você vai fazer outro convite para Zayn amanhã?"

PUPPY | l.sWhere stories live. Discover now