De volta ao colégio

494 40 1
                                    

Senti que o carro estava parado. Bocejei esfregando os olhos, numa tentativa de acordar. Ademar ainda estava sentado no lugar do motorista. Assim que endireitei me no banco detrás, ele virou para encarar me.

- Já podes sair.- avisou voltando se para frente.

- Como assim? Mas eu não estou em frente ao portão do colégio.- disse confusa.

- Não esperavas que fosse deixar te até lá.- senti ironia nas suas palavras.

- Qual era o problema?

- Ainda pergunto me, como é que o Nicolai foi interessar se por si.

- Ah. O senhor ofendeu me. Até posso não ser gira, mas também não é para tanto.

- Mas vai sair ou tenho de ser eu a tirar lhe?- ameaçou me já pronto para sair.

- Não é preciso.- respondi apressadamente. Abri a porta saindo do carro.- Podia ter sido novamente cavalheiro.

- Lamento mas as mordomias é só quando estiver no castelo.- esclareceu.- É só seguir em frente.

- Acha que eu vou me perder?

- Pensando melhor, desleixada como você é, será melhor eu levar lhe.- ele saiu do carro.

- Então como fazemos?- perguntei ficando de costas para ele.

- Da minha maneira.- ia virar, mas senti algo bater me a cabeça.- Assim está melhor.

****************
Tive dificuldade em abrir os olhos, por causa da luz forte. Olhei para os lados reconhecendo logo o lugar onde estava. Encontrava me na enfermaria. A minha cabeça começou a doer. A enfermeira ao ver me acordada, veio até mim.

- Alice que bom estares de volta.- falou contente.- Como te sentes?

- Bem.- ainda doía me a cabeça, mas não queria tomar comprimidos.

- Reparei que estás com uns arranhões.

- Não é nada demais.

- Estás mesmo bem?- assenti.- Ok. O diretor quer falar contigo.- ela foi sentar se começando a ver alguns papéis na sua secretária.

Levantei da cama. Fiz um sinal de despedida à enfermeira que retribuiu. Saí da enfermaria. Fui andando com pressa para que ninguém me visse. Subi as escadas para o segundo andar. Fui até ao fundo do corredor. Vi a placa na porta. Bati uma vez e entrei. Fui sentar me na cadeira à frente da sua secretária.

- Alice, estás bem?- perguntou preocupado.

- Estou diretor.

- Queres contar me o que se passou ou preferes descansar?

- Se eu escolher descansar, vou ter de contar lhe na mesma o que aconteceu?

- Claro.

- Foi um dia, que eu não lembro, estava no pátio. Depois veio alguém que deu me uma pancada na cabeça. Entretanto, eu acordei num quarto que era espaçoso.- fiz uma pausa.- Permaneci ali não sei quanto tempo. Acho que eles colocavam me algo na comida, não tenho certeza, para dormir. Por isso o tempo em que estive lá, passei a dormir. Em seguida, eles decidiram soltar me. Não me pergunte o porquê.

- Foi só isso que aconteceu?- questionou desconfiado.

- Que eu saiba, sim. Eles não pediram resgate?

- Não. Aliás ninguém entrou em contacto conosco.- esclareceu.

- Então eles viram que eu não valia nada.- disse por fim.- Eu vou ter de falar com a polícia?

O ColégioWhere stories live. Discover now