Capítulo catorze

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Justin

      Meu voo para Chicago foi tranquilo, o jogo dos Golden State Warriors contra os Chicago Bulls foi uma lástima, perdemos infelizmente porque nem sempre temos que ganhar, mas já ultrapassamos. Pelo menos, eu ultrapassei, estou mais preocupado com o que Alaia vai decidir.
      Não liguei para ela nos últimos três dias, quero que tenha espaço, que sinta a minha falta. Gostaria de poder esquecer por um segundo e ficar bêbado, mas já não posso. Não posso beber, não posso fazer nada, apenas esperar. Tenho saudades de ficar bêbado, mas para o meu bem, isso nunca mais será possível.
      Iremos voltar para Califórnia amanhã, mas primeiro irei para Los Angeles, para a casa dos meus pais, teremos uma festa de lançamento do primeiro álbum da minha irmã. De certo que Jensen e Doyle não vão querer comemorar depois da derrota de hoje, mas eu tenho que estar lá.
      A última interação com Alaia que tive foi com uma foto minha. Ontem ela postou uma foto dela saindo do trabalho, uma foto no espelho do elevador com um terno cinza azulado lindo, a mão livre no bolso e com o rosto sério. Amei a foto, mas fiz um grande esforço para não curtir.
      Em consequência disso, ela também não o fez na foto que postei no jogo e postou outra foto sorrindo. Quero tanto ligar para ela, voar até ela nesse momento e beijá-la loucamente, mas dessa vez iria até ao fim.
       Alguém bate a porta do meu quarto e levanto para abrir Doyle, que entra e se joga na minha cama enquanto eu não tiro os olhos das fotos da minha advogada preferida.
       — Você está ocupado? — Doyle pergunta. — Não me diga que continua com essa competição de fotos com a sua ex.
       — Vivo a minha vida como eu quiser. — Digo e sento no sofá. — Você não sabe o que é estar apaixonado.
       — Infelizmente eu sei. — Ele suspira.
       — Você já amou alguém? — dou atenção a ele agora.
       — Eu amo alguém, mas ela é proibida para mim.
       — Proibida como?
       — Ela tem namorado.
       — Que chato! — deixo o telefone de lado. — É algo sério? Por que eu acho que só se deve desistir quando ela estiver casada. Muita coisa pode acontecer.
       — Eu vou tratar disso, não se preocupe. Tenho esperança que ela será minha. Mas isso não importa agora. — Encara a minha mala aberta. — Por que não saímos um pouco para nos distrair?
       — Eu não estou com disposição.
       — Eu sei que perdemos, mas não é o fim do mundo. Vamos a um bar.
       — De que adianta se não posso ficar bêbado? — pergunto.
       — Por que não bebe um pouquinho?
       — Um pouquinho, não é? Foi assim que eu acabei viciado naquela merda que afastou a Alaia de mim.
       — Mas é diferente.
       — Eu não posso correr esse risco. Meu terapeuta disse que poderia desencadear outro vício. Não quero passar por isso de novo. Entenda, se gosta de mim vai parar de tentar me levar sempre para caminhos errados. — Levanto e termino de organizar a minha mala.
      — Você é fraco. Eu não fiquei viciado como você.
      — As pessoas são diferentes e sim, sou fraco. Às vezes parece que você é mais meu inimigo do que meu parente, Doyle. Pode sair do meu quarto?
      — Que sensível! Está bem, eu saio. — Ele desce da minha cama. — Fica aí com a sua vida chata.
      Não viro para o ver sair, apenas ouço a porta. Respiro fundo e pego no telefone mais uma vez para ligar para Alaia, mas acabo por ligar para Mark.
      — Saudades de mim? — ele atende.
      — Tenho saudades de certa advogada. Como ela está?
      — Não sei. Por que não entra no grupo? Já foi adicionado.
      Suspiro. — Eu quero ligar para ela.
      — Então, liga. Não é assim tão difícil.
      — É sim. Eu quero que ela sinta a minha falta. Que me procure, que ligue e venha ter comigo. Quero que ela faça isso.
      — Ela vai voltar para você, Jus. Pode acreditar.
      — Ela tem dúvidas. Lembra que sou culpado por ela ter um aborto há cinco anos?
      — Ela sabe que você estava doente. Não pense assim, já passou muito tempo.
      — Mas me mantém informado sobre ela.
      — Claro.
      — Obrigado. — Desligo.
      Termino de fazer as minhas malas e peço comida depois. Gostaria de pensar em outra coisa a cada segundo, mas não consigo. No entanto, venço a vontade de ligar para Alaia e tento dormir.
      
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