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Greta Hildago.
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Coloquei uma mecha do meu cabelo ruivo para trás e avaliei com mais atenção a casa enquanto bebericava a taça de vinho. Meu celular vibrou entre meus dedos e na notificação vi que era ele, Estevan. Quase revirei os olhos se não fosse deselegante fazer isso na frente dos outros, Era insuportáveis a forma como aquele verme ainda me perseguia mesmo depois de tudo que me fez.

— Este é o nosso último cômodo senhorita Hildago. — O jovem Corretor disse ao abrir a porta e me deixar passar.

Não era uma casa muito grande, mas com certeza era bem melhor que ficar ao lado de Estavan no nosso atingido apartamento por mais luxuoso que ele fosse. Me separei recentemente do meu que me traiu com oque eu achava ser a minha melhor amiga. Pois é, ninguém está a salvo do chifre.

— Vai servir. — Entreguei a taça a ele e me aproximei das janelas para abrir,  tinha uma ótima vista para a vizinhança e aquele parecia ser um bairro tranquilo.

— Está falando sério?

— Sim. — Murmurei o encarando. — Onde eu assino?

Ele piscou várias vezes antes de um sorriso satisfeito aparecer em seu rosto charmoso, o avaliei dos pés à cabeça. Nada mal, e pela forma como ele me encarava eu sabia que tinha gostado do que via em sua frente.

— Pode assinar aqui. — Ele levantou a prancheta. — Mas deixe-me perguntar, não deveria testar os cômodos primeiro?

Ergui uma sobrancelha.

— Está me convidando para me deitar com você naquela cama?

Suas bochechas coraram, ou talvez tenha sido a luz da janela que refletiu em seu rosto. O homem a minha frente tinha uma pele escura, seus cabelos eram enrolados e pareciam cheirosos pela forma como eles caiam sobre a testa.

— Basicamente sim.

Mordi a bochecha, e sorri ao sentir que ele se aproximava. Essa era com certeza a forma que eu mais gostava de não pensar, assim que nos encontramos ele me fez sentar na cama. E em seguida ele deitou, passei as mãos pelos seus braços mas ele mudou a posição para ficar de joelhos e então pulou algumas vezes.

— A cama é resistente. — Ele pulou mais algumas vezes a cama sequer rangeu. — As janelas também não parecem precisar de manutenção. — Ele as bateu depois abriu novamente saindo do colchão.

Abri meus lábios várias vezes quando ele anotou algo na prancheta.

Foi então que finalmente me dei conta que ele realmente só queria testar a cama, automaticamente consertei minha postura e eu aqui pensando que teria um sexo casual com o corretor de imóveis. Minhas bochechas esquentaram mas não deixei que aquilo chegasse ao meus olhos, peguei a taça de vinho de volta e virei na boca.

— Resistente, sim... Isso é ótimo. — Virei a taça mais uma vez nos lábios mas havia acabado. — Vocês fornecem mais vinhos?

— Essa é sua segunda garrafa. — Ele me olhou surpreso.

Dei de ombros e caminhei para fora do quarto, algumas mudanças de móveis, cor de parede e alguns quadros rústicos ajudaria na melhoria do ambiente. Mas de qualquer forma eu estava feliz de me ver livre, era uma sensação de alívio, então tudo oque eu fiz foi respirar fundo e aproveitar a paz que eu garantiria que eu teria pelo resto da minha vida.

[...]

— Mãe como assim foi você quem deu meu número para aquele idiota? — Resmunguei ao telefone enquanto empacotava meu abajur francês.

— Não precisa se estressar Gerusa, foi ideia da sua tia Luiza. Ela implorou para que eu ajudasse a juntar vocês dois de novo.

Soltei o ar pela boca, tenho certeza de que a tia Luiza não está fazendo por mal. Afinal Estevan não contou a ela o motivo da nossa separação, ele não queria decepcionar a mãe. Nós crescemos juntos, eu e meu noivo. Primeiro nos tornamos amigos, depois namorados, noivos e por último estranhos porque era isso oque ele era para mim agora. A tia Luiza, sua mãe, e a minha são melhores amigas e nos tiveram quase no mesmo ano.

Então você deve entender que eu não perdi apenas um noivo, eu perdi um amigo, alguém que eu confiava meus segredos, alguém que confiei uma vida.

— Você sabe oque ele fez e mesmo assim deu o meu telefone? — Indaguei um pouco irritada. — Mãe, se mudei de casa, de emprego e bairro é porque não quero ser encontrada. Não quero encontra-los por aí, você entende?

Um curto silêncio atrás da linha.

— Eu entendi, eu só...

— Por favor não interfira mais em minhas decisões. — A cortei e em seguida desliguei o telefone. 

Abri a capa e retirei o chip partindo ao meio, eu estava empenhada em superar aquilo tudo. Por mais que as coisas que nos fizeram nunca fucam realmente para trás, mas eu só precisa lembrar sem sentir que meu peito estava sendo esmagado. Sem sentir a culpa de não ter sido realmente o suficiente como ele me disse naquele dia. 

Caminhei até o sofá e me sentei por alguns instantes, a sensação de que eu iria a qualquer momento desabar e a dormência em minhas mãos estavam me deixando minha respiração agitada de novo. Eu só precisava respirar por alguns segundos e logo me sentiria bem o suficiente para voltar a arrumar as coisas.

De manhã, enquanto eu estava deitada sobre alguns travesseiros no chão e plásticos para todos os lado vi na notificação um e-mail, era uma chamada para uma entrevista. Eu havia feito a inscrição, e posto meu currículo semanas atrás, mas eu não tinha colocado fé de que eu seria chamada para a entrevista na M.O. Simplesmente uma das empresas mais famosas de Novo York.

Ela foi assumida anos atrás pelo Diretor Rafael Marquenze que tirou a empresa da falência depois de um desastre que quase levou a empresa a ruínas, eu ainda lembro o tanto que aquilo rendeu assuntos e matérias na internet. Ebrom Oelhio Marquenze nunca mais foi visto depois que seu filho assumiu a empresa, alguns dizem que ele se aposentou. Outros dizem que ele está internado após quase cometer suicídio, e adoecer mentalmente. Acho que em relação a ele ninguém nunca vai saber ao certo oque aconteceu, a família Marquenze tende a ser reservado.

Bem, quase todos.

Antes que eu continuasse procrastinando no celular, eu me levantei e procurei por minhas meias e roupas. Eu tinha uma entrevista para ir, e alguns pertences para tranferir de lugar.  Foi só então vasculhando a minha mala que percebi que mal tive tempo de pegar todas as minhas roupas, naquele dia eu estava com raiva demais para me importar com roupas. Por algum motivo, parece que minha mãe também esqueceu de por as roupas daquele do meu antigo guarda roupa.

Eu definitivamente precisava de roupas novas.

Continue...

Oi leitor, não esqueça de ficar ativo nos comentários. Não me deixe na mão, sou uma autora independente mas nem tanto, dependo de vocês ✨

Até o próximo capítulo. No Tik Tok já tem spoiler de cenas icônicas que terão no livro.

Secretária HildagoWhere stories live. Discover now