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— Porque já tenho uma namorada. — Menti. — Eu só não quis contar antes.

Eu me arrependi daqueles palavras assim que foram ditas, os olhos claros da minha mãe brilharam diferentes agora.

— Marcos, Filho! Isso é um milagre.

Fiz uma careta para minha mãe que alisou meu rosto.

— Não acredito nisso. — Meu pai precisou se sentar de novo. — E quem é a garota?

Abri os lábios secos, meus olhos vagavam nervosos pela sala. 

— Ou é um... Homem?

Me engasguei com o ar.

— OQUE, Claro que não mãe, eu tenho lá cara de quem gosta de chupar uma pomba?

Ela deu de ombros.

— Ué querido, hoje em dia não precisa se ter mais cara para isso.

Santo Deus...

— Não sou gay. — Afirmei com toda certeza do meu ser.

Eu ri, na verdade cheguei a marejar os olhos porque meus pensamentos foram para Ana e Rafael. E automaticamente me lembrei de quando ela achou que ele era gay.

— O que é tão engraçado?

Neguei com a cabeça.

— Nada, não se procupem. Vou apresenta-la a vocês.

— Traga ela amanhã. Vamos fazer um jantar! — Minha mãe sorriu empolgada.

— Amanhã? Amanhã ela não pode, ela tem uma cirurgia na verruga.

Eles fizeram uma careta.

— E é muito grave?

— Não, não é. — Tentei não rir.

Eles suspiraram em alívio.

— Bem, pelo menos nos diga o nome dela. — Gabriel cruzou os braços.

Eles estavam começando a duvidar, eu vi bem nos olhos julgadores deles. Uma camada fina de suor brotou em minha testa. Pense, pense em um nome Marcos. Pense em algo e... Meus olhos pousaram num quadro de época onde tinha uma mulher ruiva e um gato preto.

Isso!

— Gerusa, o nome dela é Gerusa Hildago.

[...]

OQUE FOI QUE EU FIZ? 

De um lado para o outro eu caminhei em frente ao escritório do meu primo, eu estava pensando se valia realmente o esforço. Mas, engoli em seco. Vou fazer isso, eu preciso fazer eu...

— Por acaso você está tentando abrir um buraco no chão?

Parei bruscamente me virando e encontrando os grandes olhos azuis que atormentaram a minha noite.

— Não, na verdade eu preciso de um favor seu.

Seus lábios se curvaram antes dela consertar a pasta nas mãos e abrir o escritório.

— Se for algo para a empresa eu sou meia que obrigada a fazer.

Segui ela até sua mesa do lado esquerdo.

— Não é algo para ajudar a empresa, mas algo para me ajudar.

A ruiva de lábios vermelhos jogou alguns papéis na mesa, um notebook e
Sua bolsa de couro preto que por sinal pareceu bem cara.

Secretária HildagoWhere stories live. Discover now