Secretária Hildago

.06.

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Deu certo, a viagem a Bali juntou meu primo e sua antiga secretária. Por mais que eles estivessem tentando disfarçar, era óbvio às mãos por baixo da mesa e os olhares calorosos. Dei uma golada grande em meu whisky observando os dois do outro lado da mesa.

Ana era uma boa mulher, ela é gentil e simpática. E faz o Rafael sorrir, o que é pouco as vezes em que ele fazia por mais que eu me esforçasse para fazê-lo. Assim que eles chegaram à mesa quebrando o silêncio perturbador da mulher ao meu lado, o assunto foi o falso trabalho que viemos fazer aqui, mas agora todos pareciam famintos.

— Vou querer o que você pediu. — Ana disse por fim ao Rafael, olhando o cardápio.

— Certo, e vocês já fizeram o pedido?

Greta assentiu.

— Pedimos camarão.

Rafael franziu a testa.

— Mas você é alérgico. — Meu primo disse me fazendo dar de ombros.

— Não estou com fome.

A ruiva me fitou.

— Você me fez pedir duas porções.

— Você disse que estava com fome, e que a porção da mesa ao lado era minúscula. — Murmurei concentrado no gelo que derretia.  — Além do mais, eu sobrevivo com álcool.

Depois disso tudo que fiz foi saborear calado a minha bebida, Ana e Greta entraram em uma conversa que pareceu as deixar animada enquanto Rafael só assentia as vezes ao encarar a morena ao seu lado.

Como ele não percebeu antes que era ela? Sempre foi a Quinn a mulher dos seus pensamentos. Neguei com a cabeça, às vezes ele beirava a lerdeza. Mas estava contente que algo assim estava finalmente acontecendo com ele.

Depois do jantar cada um foi para seu quarto, e me senti na obrigação de acompanhar a senhorita Hildago até sua estadia. Ela tinha uma postura impecável, eu não podia negar, era como ver uma rainha sem um trono caminhar em seu palácio. Cada passo dela parecia ter sido calculado e até sua respiração era serena e calma. Enfiei as mãos nos bolsos, mas ela parou bruscamente.

— Não...  Não acredito.

Franzi a testa diante do seu tom.

— Falei algo de errado em voz alta e não percebi? —  Ergui uma sobrancelha.

Seus olhos azuis se tornaram agitados, desfiz o sorriso quando percebi sua inquietação esquisita.

— Ele está aqui! —  Ela murmurou Se escondendo atrás de uma palmeira.

Observei o ambiente, tinha Muitas pessoas por aqui. De quem ela está falando? Me aproximei do seu pequeno esconderijo e me apoiei no tronco cruzando os braços.

— De quem você está falando? —  inclinei meu rosto na direção da sua orelha para sussurrar.

— Do meu noivo. —  Ela xingou baixo.— Ex noivo. —  Se corrigiu.

— Você acha que ele está aqui por coincidência? —  perguntei.

Ela ficou nas pontas dos pés para olhar por cima dos meus ombros.

— Claro que não, Estevan está me procurando a semanas.

Segui seus olhos até o moreno de camisa branca e terno nos braços. O estudei e estudei sua reação, era algum psicopata agressivo?

— Você fugiu?

Ela assentiu.

—  Algo assim, Mas não era para me encontrar aqui, e em Bali onde eu vim a trabalho! —  Ela murmurou entre dentes.