Capítulo 11

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Já faziam alguns dias desde que comecei a frequentar o bar como estagiária. Alex tem me ensinado algumas coisas, mas nada que tenha sido muito difícil de entender. Além do mais, ela revelou que o nome do bar é Lar da Cascavel, porém, ele entrou em desuso por conta de acontecimentos dos quais ela não entrou em detalhes, para a minha infelicidade.

Minha única preocupação era se todo o meu treinamento se esvairasse a partir do momento em que a chefona não permitisse minha admissão. Isso seria decepcionante, porque sinto que esses dias no "Lar da Cascavel" me fizeram muito bem. Eu até tive coragem de subir naquele palco e cantar "Parabéns pra você"! Estou progredindo e não posso desfazer a promessa que fiz para mim mesma na frente daquele espelho.

Estávamos saindo do bar quando Alex me disse que iríamos ao encontro da chefona.

- Eu já conversei com ela sobre você - revelou - Não se preocupe, ela não é tão assustadora quanto pensa.

- Devia ter me avisado antes! Eu teria me arrumado direito! - reclamo, sabendo que minha roupa deve estar toda suja das caixas empoeiradas que eu acabei de organizar.

Alex ri e tranca a porta do bar.

- A chefona me pediu pra te levar até ela, só isso.

Fora do bar eu podia sentir o frio da noite, notando que todos a minha volta usavam casacos grandes, até mesmo Alex. Choveu muito nos últimos dias, só que o tempo parecia estar prestes a melhorar. Engano meu. Em vez disso, havia esfriado muito de uma hora pra outra. Ignoro os arrepios pelo meu corpo e sigo Alex ao encontro da minha futura - assim espero - chefe.

Não demora muito até que eu perceba o caminho familiar que estamos trilhando. Em poucos minutos, já estamos na frente do Hospital de St. Ethel.

- Por que estamos aqui? - questiono, adentrando a recepção ao lado de Alex.

Como sempre, Charlie está no balcão lendo alguma edição da revista de saúde que ele tanto gosta.

- Olha só! Minhas garotas favoritas chegaram! - ele diz, chamando a atenção daqueles que estão na recepção.

- Não enche, Charlie! - pede com um "grito silencioso" - Temos algo muito sério pra fazer aqui e não podemos ficar de conversinha - responde Alex, com um semblante tão sério que chega a me assustar.

- Inclusive, Jane... - Charlie se vira para mim e ignora sua prima tendo um ataque de agente secreto - Annie estava atrás de você - fala o recepcionista, chamando a enfermeira Joanne pelo apelido que flagramos sair da boca do Dr. Murray.

Começamos a perceber uma aproximação bem interessante entre os dois. Não como uma amizade, se é que me entende. Na primeira vez que a chamamos desse jeito, Joanne ficou vermelha que nem um pimentão, mas agora ela parece se divertir com isso.

- O que será que aconteceu?

- Não se distraia, Jane! - Alex interrompe - Temos outro assunto para resolver.

Realmente não entendo essa garota. Há uns minutos atrás estava tentando me acalmar, dizendo que não haviam motivos para que eu me preocupasse.

- Por que ela tá falando como se vocês fossem agentes do governo em uma operação extremamente secreta? - pergunta Charlie, ignorando novamente a prima que não parece nem um pouco ofendida.

- Viemos falar com a chefona - ela diz com um sussurro e Charlie logo parece entender. Eu, pelo contrário, me encontro confusa.

Quer dizer que a dona do bar está aqui? No hospital? Por que ela estaria aqui?

Alex coloca seu braço ao redor do meu e me guia pelo hospital, como se fosse ela quem vivia aqui e conhecia cada corredor, e não eu. Logo estamos em frente ao quarto de lazer, onde os pacientes vão para se distrair um pouco. Venho aqui de vez em quando para pegar um livro ou montar um quebra-cabeça, mas prefiro ficar lá fora e sair um pouco do hospital. Já passei tanto tempo nesse lugar que me sinto ainda mais ansiosa na hora de ir para o bar ou fazer uma caminhada pela cidade.

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⏰ Last updated: Apr 29 ⏰

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A Ascensão e Queda de Diana WilliamsWhere stories live. Discover now