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DESPERTEI COM UMA SENSAÇÃO DE  peso na cabeça e a garganta seca, sinal inequívoco de uma ressaca iminente

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DESPERTEI COM UMA SENSAÇÃO DE  peso na cabeça e a garganta seca, sinal inequívoco de uma ressaca iminente. A luz da lua invadia timidamente o quarto, revelando uma silhueta familiar ao meu lado.

Ao me cobrir com a coberta, percebi que estava vestida com uma camisa branca, cujo cheiro característico me fez franzir o cenho, não precisava de muito esforço para identificar aquele aroma: era o perfume inconfundível de Richard.

Com um suspiro, levantei-me da cama e me deparei com o espelho, que refletia uma visão estranha: eu vestindo apenas a camisa dele e uma cueca que claramente não era minha, revelando mais do que eu gostaria de mostrar.

Decidi descer para a cozinha em busca de água, ignorando as perguntas que ecoavam em minha mente sobre o que teria acontecido na noite anterior, os degraus pareciam intermináveis enquanto descia, e minha mente estava mergulhada em uma névoa de incertezas.

Ao alcançar o último degrau, deparei-me com a imponência da casa de Richard, uma mistura de modernidade e sofisticação que contrastava com minha bagunçada vida interior, ao caminhar pelos corredores, não pude deixar de notar as fotos que adornavam as paredes, cada uma delas capturando momentos íntimos de sua vida.

Revirei os olhos diante do exibicionismo egocêntrico, mas não pude evitar uma pontada de curiosidade ao observar cada imagem com mais atenção.

Finalmente cheguei à cozinha e me aproximei da pia, onde encontrei um copo para matar minha sede, liguei a torneira e enchi-o de água, enquanto me apoiava na bancada e deixava minha mente divagar sobre os eventos da noite anterior.

Será que algo aconteceu entre nós?

— Maitê.

Antes que pudesse aprofundar esses pensamentos, fui surpreendida pela voz de Richard ecoando pelo silêncio da casa, fazendo-me perder o controle do copo, que escapou de minha mão e se estatelou no chão, espalhando estilhaços de vidro por toda parte.

Nossos olhos se encontraram em meio ao caos da cozinha, cada um revelando um turbilhão de emoções que lutavam por domínio. No momento em que a gravidade da situação parecia se manifestar plenamente, as palavras de Richard cortaram o ar tenso, ecoando com uma urgência que me fez congelar por um instante.

Seu aviso ressoou em meus ouvidos, mas antes que pudesse reagir, me vi mergulhando em direção aos cacos de vidro espalhados pelo chão.

A sensação áspera do vidro raspando contra a pele de meus dedos trouxe uma onda de dor que me fez ranger os dentes em agonia.

— Cuidado! — ele alertou mais uma vez, sua voz impregnada de preocupação.

— Merda! — A palavra escapou de meus lábios enquanto uma gota de sangue emergia do pequeno ferimento.

Levantei-me com cautela, deixando para trás os destroços do copo enquanto avaliava o estrago em minha pele.

Olhei para Richard, seus olhos capturando os meus em um momento de silêncio compartilhado.

Caso do Acaso - RICHARD RÍOS.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora