Indizível 🔞

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Iná estava bem ciente da situação, e isso a deixava muito envergonhada... Tipo, há coisas sobre a vida particular de seu irmão que você realmente não quer saber... Ou ver.

Portanto, não importava o quanto Ramiro se desculpasse, ela iria arrumar sua mala para mais uma festa do pijama na casa de sua melhor amiga Berê, que mais do que ninguém compartilhava de sua dor.

Kelvin e Ramiro tem um... Um tipo de tensão sexual muito estranho que ela não queria ver de novo, nunca mais.

Vê-los se beijando timidamente já era estranho, mas agora se beijando do jeito que estavam quando ela entrou no quarto... Definitivamente, ela não quer ver isso de novo.

Berenice disse que eles fazem muito barulho na cama, e Iná pensou em bater a cabeça na parede até que a informação desaparecesse.

Então, ela levaria Ramiro para casa com o uber, eles almoçariam, assistiriam a um filme fofo, ela seria responsável por dar os remédios dele ao meio-dia, então Kelvin chegaria da terapia e ela não estaria lá por mais um segundo.

Ela realmente não quer saber o quanto eles estão sentindo falta um do outro.

Mas, fora isso, ela está muito feliz por ver seu irmão de pé, pronto para deixar o hospital, ainda mancando um pouco, mas ele estava lá, vivo, sendo irritante... Tudo o que ela sempre quis.

E ela não quer dizer isso, mas ela meio que... Bem, ela estava planejando se mudar eventualmente.

É claro que Kelvin e Ramiro moram juntos, e ela não teria problema em ser a terceira pessoa se o apartamento oferecesse um pouco mais de privacidade, mas não oferece, e Kelvin nunca admitiria que está morando com o irmão dela, aparentemente eles têm problemas de comprometimento.

A questão é que o irmão dela é muito bem orientado na vida, então, uma hora ou outra, ele vai perceber que, se você passa seis dias por semana com a pessoa, está mais perto de ser o marido dela do que o namorado.

E, a menos que eles estejam dispostos a alugar um apartamento maior e com cômodos à prova de som, ela estará procurando um emprego e sua própria casa.

—Odeio estar sem carro, eu deveria ter levado ele no consultório. — Ramiro suspirou, em voz alta e dramática, observando a irmã mexer no celular sem nem dar atenção para as tantas reclamações que ele vinha fazendo na última hora e meia . —Por que você escolheu essas roupas para mim?

Não era feia, era apenas... Diferente do que ele escolheria. Uma camisa vermelha de manga comprida, uma calça jeans escura, sapatos escuros... Era simples, mas especial mesmo assim.

—Eu te dei essa camisa no ano passado e acho que você nunca a usou. E, sinceramente, fiquei tão tentada a jogar fora todas as suas camisas marrons de botão... — A preta riu, ela realmente considerou, e acha que Kelvin a agradeceria. —Ele vai ficar bem, até me mandou a localização, já tá lá.

—Ele te enviou a localização dele? Para você? — Ramiro arqueou uma sobrancelha indignado, levantando-se da cadeira, impressionado com o quanto estava sendo deixado de lado... —Desde quando vocês são amigos assim? A última vez que tive notícias dele foi quando saiu hoje de manhã.

—Isso é porque você não checou o celular... —Ela sorriu de leve, observando a confusão no rosto do irmão... —Atrás de você.

Na pequena mesa ao lado da cama do hospital, havia uma caixa branca com um bilhete colado em cima. Era claramente um celular novo, e Ramiro nunca se sentiu tão irritado.

—Ele não fez isso, porra — Caro, é claro, provavelmente o dobro do aluguel de Ramiro... O bilhete no topo tinha o desenho de um coração com um K. — Vou devolver.

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