Toque

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Capítulo sete
Toque

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ㅤㅤDraco estava de pé, com as sobrancelhas arqueadas e as mãos metidas dentro dos bolsos da calça, os dedos dançavam inquietos sobre o pano, outra de suas manias. Sua pose era rígida. O uniforme sonserino sempre impecável. O cabelo alinhado com os fios loirinhos e lisos caídos sobre sua testa apenas moviam-se quando algum vento fresco passava sobre os mesmos. Os olhos acinzentados estavam atentos em Harry.

─ Então, o que é que você quer conversar comigo? ─ Indagou, com um olhar cauteloso como quem estivera analisando atentamente o próximo passo a dar em um chão carregado de minas terrestres.

Harry fungou e então deu vários passos ligeiros em direção ao sonserino que não se moveu acreditando que Potter pararia em algum segundo. Mas não foi o que aconteceu pois quando Draco percebera a mão direita de Harry avançou em sua direção e se fechou sobre a gola de sua camisa, os dedos segurando firmemente o algodão.
O loiro arregalou os olhos em choque.

Harry empurrou Draco contra a parede mais próxima com toda brutalidade, não tinha sem sequer pensado sobre o quão forte foi e nem se machucaria o garoto. Draco gemeu de dor quando a parte de trás de sua cabeça chocou-se contra a parede de pedra.

─ Ai! Mas que diabos, você está maluco, Potter?

─ Eu quero saber agora mesmo porque você mandou a porra do seu amigo Zabini investigar a minha vida, Malfoy! ─ cortou, sentindo uma onda avassaladora de raiva e indignação inundar seu coração.

─ Ah, então era só isso? ─ disse Draco ponderando os possíveis impactos de toda aquela conversa. ─ Eu sei que você tem um certo tesão em querer me ver sentindo dor física, mas você poderia só ter perguntado ao invés de já ir me atirando contra uma parede, Potter. Isso realmente doeu, eu poderia morrer com um traumatismo craniano.

Harry rosnou. As orbes mexendo com agilidade e atenção. Seu peito subia e descia e sua mão ainda agarrava a camisa do cretino. Sem menor pretensão de que iria largar-lo.

─ Eu não mandei ele te investigar. ─ continuou. ─ Ele fez isso por conta própria. Apenas como uma forma de me ajudar com algumas coisas.

─ Que coisas?!

Malfoy olhou no fundo daqueles olhos verdes por detrás dos óculos, e pensou. Pensou bastante como se estivesse escolhendo exatamente as palavras certas para usar. Draco então fez um biquinho e se Harry não o odiasse tanto ele poderia até dizer que aquilo foi... fofo

─ Ele sabe que eu sinto muito por ter atormentado você durante todo esses anos, e quis descobrir coisas sobre você que poderiam me ajudar a te provar que realmente estou arrependido. Acredito que essa é a forma dele também se desculpar com você, mesmo que indiretamente.

Harry não se afastou. Por algum motivo que ainda não sabia qual, ele queria que aquelas palavras fossem verdadeiramentes sinceras. Ele olhava bem no fundo naqueles olhos azuis gélidos e buscava por bondade.

─ Ainda com isso?

─ Porque é a verdade, Potter. ─ suspirou cansado e então fez algo que Harry nunca cogitaria que ele seria capaz de fazer. Draco levou seus dedos em direção a mão do moreno que ainda segurava a gola de sua camisa e a tocou gentilmente.

Uma só faísca em uma sala repleta com pólvora, dando início a uma explosão estrondosa que chocava-se com tudo ao seu redor, derrubando paredes e barreiras, deixando apenas destroços do que um dia existira. Enquanto atrás, no céu, centenas de meteoros rochosos atravessavam e cortavam com velocidade a atmosfera planetária em um rastro de luminosidade esplendorosa antes de colidir com a superfície e cravar pequenas cicatrizes no solo. A destruição e a beleza, como um eclipse um do outro.

November Rain (Drarry)Where stories live. Discover now