Capítulo Oito: Tem um Gênio Danado, Esse Tal de Sirius Black.

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Capítulo Oito
Tem um Gênio Danado, Esse Tal de Sirius Black

Capítulo OitoTem um Gênio Danado, Esse Tal de Sirius Black

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Outubro de 1993, 3º ano

Hope passou a manhã com a professora Batsheva revisando as gravuras deixadas por velhos escribas, nas cartas oficiais dos membros do antigo Conselho de Bruxos. Eram caracteres dentro de símbolos dentro de caracteres dentro de símbolos, um truque intricado para enganar espiões de facções rivais.

— Eles utilizavam esses traços e linhas — disse a professora, apontando para as particularidades defeituosas das runas. — Para que somente pessoas seletas, com o conhecimento prévio sobre essa linguagem secreta, soubessem, de fato, identificar as informações verdadeiras relatadas nas cartas.

— Como um código — adivinhou Hope, fascinada com a minuciosidade dos escribas.

— Exatamente, e um bastante complexo, por sinal. Os escribas variavam os traços, como você pode ver nesse exemplo. — Ela puxou a cópia de uma das cartas, cujo atributo das letras parecia ainda mais confuso, com manchas evidentes de excesso de tinta na transcrição. — Tornando quase impossível encontrar uma tradução coesa para o sentido que empregavam as palavras. Eram códigos dentro de códigos dentro de códigos. Naquele tempo, era uma tática comum o uso de códigos entre amigos e parceiros de negócios, da mesma forma que era comum um adversário em potencial, ou um inimigo político, em alguns casos, tratando-se especificamente de nobres e membros do velho Conselho, interceptar cartas e correspondências de teor secreto. Se bem que, na época, qualquer carta haveria, presumivelmente, de ter um teor secreto. Era preciso, portanto, inovar a cada quinzena, se não menos, a forma de comunicação escolhida para manter sigilosas certas informações, o que acabava causando uma lacuna entre o conhecimento que era passado e o que chegava ao destinatário. Tantas mudanças, em intervalos tão curtos, impossibilitava que os escribas e conselheiros esclarecessem os novos códigos uns aos outros. Era uma bagunça. Por essa razão, há documentos ininteligíveis até hoje para nossos pesquisadores.

E eram, de fato, de difícil compreensão. Enquanto transcrevia-os, com ajuda da professora, para ser apresentados na próxima aula, sobre os Mistérios, Segredos e a Influência de Sinais e Códigos Rúnicos na Tradição Escrita e Oral Bruxa, Hope entendeu a complexidade e genialidade por trás do truque dos escribas, contratados por nobres e famílias abastadas para manter registros, redigir textos, leis, documentos e cuidar dos arquivos e correspondências de seus senhores. Era uma prática comum que um escriba, grande conhecedor dos domínios da escrita, tivesse a língua cortada e as cordas vocais retiradas, tornando-se, assim, incapaz de transmitir verbalmente segredos e confidências, sendo capaz somente de exercer sua função de ouvinte, registrando, sob monitoramento condicionado, conversas e assuntos de interesse do contratante.

Era um procedimento tão bárbaro. Os escribas, além de forçados à mudez, eram obrigados a cumprir com as exigências de um Voto Perpétuo. Tudo para manter em sigilo os segredos de seus senhores. Muitos acabavam perdendo o gosto por praticar magia. Sendo o núcleo mágico uma extensão do bruxo, como um músculo, deixar de exercitá-lo causava o atrofiamento. Sem o domínio sobre magias não-verbais, como um bruxo poderia sobreviver nessas condições?

O Olho do Dragão, Harry PotterWhere stories live. Discover now