How old is your soul?

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Pov. Maya Bishop


Como eu vivia muito perto da Universidade Columbia, a promessa de multidões sempre foi uma realidade, mas, misteriosamente, o Dunkin' Donuts perto do meu prédio sempre parecia mais cheio nas quintas-feiras. Mas mesmo num dia menos agitado, eu provavelmente não teria reconhecido Owen esperando na fila, bem à minha frente.

Quando ele se virou, então, arregalando os olhos ao me reconhecer e soltando um amistoso: "Ei! Você é a Maya, não é?", eu levei um susto.

Hesitei por um segundo, completamente despreparada para esse encontro. Apenas duas noites atrás eu estava pensando em levar as coisas com Carina para outro nível, quando ela apareceu de repente no meu apartamento no meio da noite e nós acabamos transando – e gozamos sem tirar a roupa. A lembrança dessa noite se tornou um dos meus passatempos preferidos: praticamente em cada momento silencioso que eu tinha eu revivia aqueles momentos, fantasiando sobre outras possibilidades, outros caminhos, outras conclusões. Fazia anos que eu não transava de roupa, mas, caramba, quase me esqueci do quanto isso podia ser excitante e proibido.

Mas a visão desse garoto na minha frente – o cara com quem Carina estava saindo – foi como um balde de água gelada na minha cabeça.

Owen parecia como qualquer outro estudante universitário do lugar: vestido de maneira que você não sabia se ele tinha acabado de sair da cama ou se era um mendigo mesmo.

– É, sou eu – eu disse, estendendo a mão para cumprimentá-lo. – Oi, Owen. Como é que vai?

Demos um passo para frente quando a fila andou, e o constrangimento foi lentamente tomando conta da situação. Eu não tinha percebido na festa o quanto ele parecia jovem: ele tinha aquele jeito de quem está sempre animado com alguma coisa. Ele balançava muito a cabeça e olhava para mim como se estivesse falando com alguém superior.

Olhando entre nós, percebi o contraste entre as duas maneiras de se vestir: de repente eu me senti tão formal no meu terno. Desde quando eu era a mulher que veste ternos? Desde quando eu era a mulher que não tinha paciência para estudantes idiotas de vinte anos? Provavelmente, desde o dia em que Carina me fez gozar numa república tosca e acabou sendo o melhor sexo da minha vida.

– Você se divertiu no Denny?

Fiquei olhando para ele por um longo momento, tentando lembrar quando foi a última vez que estive num restaurante Denny's.

– Eu...

– A festa, não o restaurante – ele completou, rindo. – Aquele apartamento era de um cara chamado Denny.

– Ah, certo. A festa.

Eu imediatamente me lembrei do rosto de Carina enquanto eu deslizava meus dedos por baixo de sua calcinha e entre sua pele molhada. Eu me lembrava com perfeita clareza de sua expressão quando estava prestes a gozar, parecendo como se eu tivesse feito algo mágico, como se ela estivesse descobrindo uma sensação pela primeira vez.

– É, a festa foi legal.

Ele começou a mexer no celular enquanto olhava para mim, e parecia que estava se preparando para dizer algo.

– Sabe – ele disse, chegando mais perto –, essa é a primeira vez que eu converso com alguém que, tipo, está saindo com a mesma garota que eu estou saindo. Isso é meio estranho, você não acha?

Eu segurei uma risada. Bom, ele certamente tinha a mesma cara de pau de Carina

– O que faz você pensar que eu estou saindo com ela?

Owen imediatamente ficou branco.

– Eu achei que... tipo, na festa parecia...

Eu mostrei um sorriso torto e me aproximei antes de dizer:

I' Wont Give UpOù les histoires vivent. Découvrez maintenant