Pov. Carina Deluca
Quando eu era pequena, eu deixava minha família maluca porque eu não dormia por dias antes de feriados ou grandes eventos. Ninguém entendia a razão. Minha mãe exausta se sentava ao meu lado noite após noite, implorando para eu dormir.
– Piccolina – ela dizia. – Meu amor, se você dormir, o Natal chega mais cedo. O tempo passa mais rápido quando você está dormindo.
Mas isso nunca funcionava comigo.
– Não consigo dormir – eu insistia. – Minha mente está muito cheia. Não consigo parar de pensar.
Eu passava a contagem regressiva para aniversários e férias totalmente acordada e ansiosa, andando de um lado para o outro nos corredores da nossa casa em vez de dormir no andar de cima. Nunca consegui me livrar desse hábito.
Sábado não era Natal ou o primeiro dia das férias de verão, mas eu estava contando cada dia, cada minuto, como se fosse. Pois, por mais patético que pareça, e por mais que eu odiasse estar animada com isso, eu sabia que veria Maya. Só esse pensamento já era suficiente para me deixar de pé à noite, completamente acordada olhando para a janela, contando os postes de luz até seu prédio.
Sempre ouvi dizer que a primeira semana após uma separação é a pior de todas. Eu torcia para ser verdade. Pois receber a mensagem de Maya na terça à noite.
"Não consigo parar de pensar em você"
Foi uma tortura.
Será possível que ela tenha enviado a mensagem para o número errado? Ou será que disse isso porque acabou sozinha, ou porque estava com outra mulher, mas pensando em mim? Eu não podia exatamente ficar brava, e minha indignação inicial pela possibilidade de Maya ter enviado a mensagem enquanto estava com Michelle logo se desvaneceu; lembrei que eu também enviei mensagens para ela enquanto estava num encontro com Owen.
A pior parte é que eu não tinha ninguém para conversar sobre isso. Bom, na verdade, eu tinha, mas a única pessoa com quem eu queria conversar era a própria Maya.
O sol já havia se posto na sexta-feira enquanto eu andava os últimos quarteirões para encontrar Vic e Andy para tomar uns drinques.
A semana inteira eu tentei manter uma fronte corajosa, mas na verdade eu estava muito deprimida e já não conseguia esconder direito. Eu parecia triste. Eu parecia exatamente como me sentia. Eu tinha tanta saudade que sentia em cada respiração, em cada segundo que se passava sem ela.
O Bathtub Gin era um pequeno bar com visual retrô no Chelsea. Os visitantes são recebidos com uma frente discreta e uma placa dizendo "Stone Street Coffee". Se você não souber o que está procurando, ou se passar durante a semana quando não existe uma longa fila na entrada, poderia nem perceber do que se trata. Mas se você sabe o que tem lá, não terá problemas em encontrar a porta iluminada por uma única lâmpada vermelha. Uma porta que se abre para um clube da época da Lei Seca, completo com luz ambiente, jazz ao vivo e até uma grande banheira de cobre no meio do salão.
Encontrei Vic e Andy sentadas no balcão, com drinques já esperando por elas e um lindo homem de cabelo preto ao seu lado.
– Oi, gente – eu disse, ocupando o banco ao lado delas. – Desculpe pelo atraso.
Os três viraram para mim e me olharam de cima a baixo antes do homem dizer:
– Ah, meu amor, conte tudo sobre o homem que fez isso com você.
Pisquei olhando de volta para eles, confusa.
– Humm... oi, sou eu, a Carina.
– Ignore ele – Vic disse, deslizando o cardápio para mim. – Nós também ignoramos. E peça uma bebida antes de falar. Parece que você precisa de uma.
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I' Wont Give Up
RomanceUma Releitura de Beautiful Player de Christina Lauren Quando Carina Deluca escutou de seu irmão que ela precisava ter uma vida social e se libertar um pouco da faculdade, ela jurou que iria cumprir essa tarefa: sair mais, fazer amigos, começar a nam...