Pov. Carina Deluca
A aeromoça passou por nós fechando os compartimentos de bagagem acima dos assentos antes de se abaixar e perguntar:
– Suco de laranja ou café?
Maya pediu café. Eu balancei a cabeça com um sorriso.
Ela bateu em meu joelho e esticou a palma da mão.
– Me dê seu celular.
Eu entreguei, mas reclamei mesmo assim:
– Por que eu preciso disso? Vou dormir durante o voo inteiro.
Nunca mais a deixaria marcar um voo às seis da manhã de Nova York para a Costa Oeste. Maya me ignorou, digitando um código no navegador do meu celular.
– Se você não percebeu, eu estou com sono. Alguém me deixou acordada a noite inteira – eu sussurrei, usando seu ombro como travesseiro.
Ela parou o que estava fazendo e me jogou um olhar malicioso.
– Tem certeza de que foi isso que aconteceu?
Senti uma adrenalina descer do meu peito para minha barriga até chegar entre minhas pernas.
– Sim.
– Você não chegou do trabalho, digamos... um pouco excitada demais?
– Não – eu menti.
Sua sobrancelha se ergueu e um sorriso apareceu no canto da boca.
– E você não interrompeu minha preparação do jantar romântico que eu estava planejando?
– Quem, eu? Imagina.
– E não foi você quem me puxou para o sofá e pediu para eu "fazer aquela coisa com a boca"?
Segurei minha mão na frente do peito.
– Eu nunca faria isso.
– Então não foi você quem ignorou o cheiro delicioso vindo da cozinha e me puxou para o quarto e pediu para eu fazer umas coisas muito, muito safadas?
Fechei os olhos quando ela aproximou o rosto e raspou os dentes em meu queixo, murmurando:
– Eu amo tanto você, minha doce e safada Ameixa.
Imagens da noite anterior me fizeram cair novamente naquele lugar faminto e ansioso onde eu praticamente vivia sempre que estava ao lado de Maya. Lembrei de suas mãos macias, sua voz dominante dizendo exatamente o que queria. Lembrei-me daquelas mãos agarrando meus cabelos, seu corpo se movendo por cima do meu por horas, sua voz finalmente falhando e implorando por meus dentes, minhas unhas. Lembrei-me de seu peso desabando sobre mim, suada e exausta e adormecendo quase instantaneamente.
– Talvez tenha sido eu – admiti. – Trabalhei o dia inteiro presa na sala esterilizada, então tive tempo o bastante para pensar nessa sua boquinha mágica.
Ela me beijou e então voltou para meu celular, sorrindo ao terminar o que estava fazendo e me entregando de volta.
– Tudo certo.
– Vou dormir mesmo assim.
– Bom, pelo menos se Vic precisar de você, seu celular estará funcionando.
Olhei para ela, confusa.
– Por que ela precisaria de mim? Não estou ajudando no casamento.
– Você não conhece Vic? Ela é tipo um temível general que poderia te convocar a qualquer momento – ela disse, segurando a parte de trás do pescoço do jeito que sempre fazia quando estava desconfortável. – Mas, enfim. Durma sossegada.
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KAMU SEDANG MEMBACA
I' Wont Give Up
RomanceUma Releitura de Beautiful Player de Christina Lauren Quando Carina Deluca escutou de seu irmão que ela precisava ter uma vida social e se libertar um pouco da faculdade, ela jurou que iria cumprir essa tarefa: sair mais, fazer amigos, começar a nam...